3.10.12

o'connell.

Desço as escadas. Algumas correspondências no chão. Abro a porta vermelha, o vento gelado no rosto vem me recepcionar. A rua é larga. Ao lado da porta vermelha, uma loja de ferragens, uma casa de apostas, uma kebaberia.
Um sinal agudo avisa a hora de atravessar.
É só descer a rua.
Uma loja de tranqueiras, um café, uma praça, uma igreja, um teatro, pubs, pubs, pubs, burger king, mc donalds.
O vento é cortante, as mãos nos bolsos e uma touca na cabeça.
O correio e o spire.
A rua para pedestres. Os artistas: bolivianos e flautas, frases de giz no chão e um cachorro, uma cantora e um guitarrista.
Quando está sol, tudo fica mais bonito.
Às vezes dá vontade de tirar o casaco. Até dá para tirar as luvas.
Se for um sábado, muita gente sai para ver o que está acontecendo.
E não se engane se achar que é só isso e algumas Carrolls para se ver. Há muito o que se visitar.
Eu nem atravessei a ponte ainda.

2.10.12

expectations.


ok. tanta coisa pra falar em tanto tempo que passou mas começo por expectativas.
eu tenho essa coisa com ansiedade e de me empolgar com as coisas, considerando sim o que pode dar errado mas focando no resultado positivo. às vezes não, mas na maioria das vezes.

primeiro de tudo, o acidente que muda o eixo da terra.
um segundo, podia ter sido com outra pessoa, eu podia ter tomado decisões diferentes.
mas aconteceu naquele segundo, comigo.

e daí dois meses de idas e vindas, crises, choro, esperança, conversas, desilusão, tristeza, nóias, decepções.

dois meses que passaram muito rápido e que me chacoalharam como uma festa de tequila.
do "nada faz sentido" ao "vou mudar tudo".

daí vou aos poucos resolvendo assuntos não resolvidos de anos e entrando nos eixos (às vezes você sai dos eixos por momentos, mas é compreensível).

e você pensa: agora vai dar tudo certo. e nem tudo dá. não na hora que você quer. e ter que lidar com decisões rápidas, dinheiro, trabalho, mais um mês de espera... fragiliza.

e daí vem o medo. medo de dar errado. de ter aquela pessoa que dirá a má notícia: sabe seus planos tão lindos? not gonna happen.

porque em um momento tudo conspira a favor, até a dor de cabeça dos últimos meses se mostra epifânica.

o melhor conselho? um passo de cada vez ou você tropeça. e nem sempre você terá tudo sob controle. mas pode tentar, com um passo de cada vez.