30.9.08

why?

Eu tava pensando seriamente em tirar os comentários desse blog. Não sei porquê, talvez porque eles são uma demostração ridícula de "ei, ei, massageie meu ego!".
Aliás, é mais ridículo ainda o fato das pessoas estarem tão mergulhadas na era 2.0 que esquecem das relações humanas mais interessantes. Quando foi a última vez que você recebeu uma carta? Ok, sem contar cobranças e mala direta. As pessoas não fazem mais isso.
Eu tava pensando sobre toda a trajerória desse blog e sobre quantas vezes eu já não escrevi indignações. Eu praticamente só me manifesto aqui quando tô puta com alguma coisa.
Agora, por exemplo, sinto-me abalada pela humanidade. Todas as pessoas mal-educadas que a gente encontra na rua, todos os ônibus lotados, todas as opiniões acerca de tudo, todo egoísmo, todos os executivos engravatados, todas as cocotinhas indo almoçar na faria lima, toda inconformidade, toda injustiça, todas as pessoas que causam dor.
Pra quê serve toda essa sociedade que criamos?
Óó seres evoluídos que nós somos.

15.9.08

fim de semana

é muito bom saber que vocês existem.

4.9.08

espera.

Bateu aquele ciúmes forte. Aquela vontade de chorar. Aquela vontade de sofrer sozinha num canto qualquer.
Mas sabia que não seria assim. Que em breve descobriria a verdade e tudo ficaria bem denovo. Era apenas mais uma reação típica de desilusão, quando o que você mais ama lhe parece estranho.
Como seria a vida se fugisse? Se virasse uma ermitã das montanhas? Virar melhor amiga das lhamas e derreter gelo para o chá.
Ou se mudasse de nome, cortasse o cabelo e pintasse de roxo? Poderia se mudar para qualquer país estranho, onde nunca mais pudesse ser encontrada.
Lobotomizada. Desvairada. Despreparada.
Desesperada.

Desesperada? Desajustada. Desempregada.

Desmontada. Endividada.

Parada.

3.9.08

parte 3.

Sobre sua vida, poucos sabiam. Alguns lembravam de seu rosto, mas a maioria já esquecera de seus traços. Era possível que passasse duas vezes num mesmo lugar sem notarem sua insignificância. Bem que podia ser uma estratégia, já que ela realmente não tinha a intenção de ser notada.
Nunca encarava ninguém. Nunca cumprimentava ninguém. Quase nunca falava.
Guardava para si todas as suas angústias e medos, que não eram poucos. Por isso, por sua explosão interior, adquirira um tique: ela apertava fortemente seus dedos contra a palma de sua mão, um soco tímido, não-realizado.

2.9.08

parte 2.

Algum ser estranho se apossou dela. Tinha vergonha de si mesma, mas sabia que aquele sentimento era normal.
Tinha um quê de saudades do passado, mas sabia a estupidez disso, afinal, aquele passado não era tão bom assim, se fosse pensar. Na verdade, sentia era saudades do frescor de uma pequena parcela daquele passado, onde tudo era oportunidade e ao mesmo tempo tudo era incerto.
Queria desesperadamente achar um meio de saber como as coisas ficaram sem ela. Se o que deixara para trás sentiu o mínimo de saudades, se se lembravam de seu nome e de quem era.
Ao mesmo tempo, pensava em sua própria repugnância como ser humano.
O que seria aquele sentimento?