31.10.07

Não quero ficar falando o quão injusto é esse mundo, porque afinal é sempre justo para alguns;
Nem do sentimento de que algo deu errado com todos os planos divinos, porque fui eu quem inventou tudo isso.
Também não vou falar de flores ou de coisas que aprendi nos discos.
Nem quero falar de cabides, porque não os conheço.

30.10.07

12 horas de Tim Festival.
12 horas de sono.

Sim, um belo dia.

22.10.07

Aí eu olho um treco desse e digo: ok.

A longa e amarga espera.

A pausa.

O abstracionismo pálido destas palavras.

O tênue sabor do meio-dia.

O doce sabor da melancia.

O sal de tuas lágrimas.

O peso de um minuto.

O filho bastardo do diabo.

O espelho.

A dicotomia da pós-modernidade.

O tralalá.

O trololó.

Bum.

Fim.

17.10.07

Quando um sonho morre, morrem também umas duas fadas.

Seria a solução a esquizofrenia?

Não.

15.10.07

When I hear them say
There's better living
Let them go their way
To that new living
I won't ever stray
'Cause this is heaven to me

10.10.07

Eu penso em várias coisas desenfreadamente. Quando penso em escrever, no entanto, há uma barreira de fluxo, as palavras vêm cuspidas, vomitadas e depois, vetadas. O livro que estou lendo, Orgulho e Preconceito, tem um trecho sobre isso, a cerca de uma conversa entre Mr. Darcy e Mr. Bingley:

-Minhas idéias afluem com tal rapidez que não me dão tempo para as exprimir, pelo que minhas cartas por vezes não transmitem nenhuma idéia a meus correspondentes.

É assim que me sinto diante do ato de escrever, na maioria das vezes. Isso ocorre também porque quero falar de muitas coisas ao mesmo tempo e no fim, não escrevo sobre nada, ou sobre vários assuntos superficialmente.

Mudando de foco, é comum sentir uma desconexão com o mundo que me cerca. Recentemente, tenho vivenciado experiências que me deixam à deriva do meu próprio corpo, e é como se algo estivesse errado. É difícil explicar este sentimento, ele aflora em momentos banais, como lavar a roupa ou no meio de uma aula. Parece que, por alguns momentos, situo-me fora da matrix e percebo o ambiente como aqueles que o regem, Deus, ou o quer que seja. Pergunto-me: por que tudo isso? por que publicitária, diretora de arte, filha de fulana, residente de tal bairro, sonhadora fútil, incorruptível, amigos x, y e z, falta de amigos, ansiedade, sentimento de superioridade? Qual o propósito de tudo isso?

Por várias vezes escrevi minha situação atual, sem ECA Jr. para preencher minhas tardes e o consequente vazio que esta falta provém. Vivo como se numa onda flutuante, em meu bote, em que as tormentas localizam-se exclusivamente dentro da minha cabeça. Os desafios agora constituem-se de terminar um livro, ver os 100 filmes da bravo ou criar peças. Mas quando rabisco umas linhas tortas no papel, percebo minha deficiência e também a incapacidade de fazer algo a respeito, eu só desenho para aliviar as aulas chatas de cada dia.

Sobre as relações pessoais, presencio amizades alheias que me incomodam ou (não "e") me invejam. As mensagens do orkut do vizinho são mais verdes, as outras que ele apaga mas eu vejo excluem de mim uma participação, sim, há um ódio envolvido, mas haveria tanto ódio se houvesse tanto segredo?
Por fim, concluo: de 10% falei aqui. Tudo isso é muito maior. Se todas as pessoas revelassem suas paranóias existenciais, talvez este seria um mundo melhor. Se mais pessoas comentassem o que leram aqui sem frases feitas, esse seria um mundo melhor.

A discussão está morta sob a bandeira da modernidade.

2.10.07

cegos

Saramago é foda.
Quando entro em seu mundo de cegos, tudo que me cerca se transforma. Ao levantar a cabeça, imagino como seria se todos que estão ao meu lado cegassem. Imagino que um inferno. Ele é louco, só pode ser insanamente desiquilibrado. Não consigo imaginar como consegue fazer das imagens, palavras.

Agora que estou sem nada a fazer boa parte do tempo, vejo o livro como acessório para levar na bolsa e ler compulsivamente. É um mundo que se abre, um mundo só meu.