26.11.07

Hoje será um post longo porque tenho muito tempo livre. Melhor organizá-lo em tópicos pra ficar mais fácil para você, caro leitor (ok, já me conformei em não tê-los, mas um dia muitas pessoas vão querer ler, acredito).

Mi casa?

Acho que Lars von Trier deve ter presenciado minha vida na minha casa aqui em São Paulo quando resolveu filmar Dogville. Ou talvez minha companheira de apê tenha visto Dogville quando resolveu agir bem parecido com os habitantes daquela cidadezinha do mal. Tá, não fui acorrentada na cama nem sofri agressões físicas, mas a verdade é que, na essência, você não precisa bater em uma pessoa para feri-la gravemente.
Aposto que ela leu "como torturar uma pessoa mentalmente até que ela faça dos seus desejos os dela" quando resolveu me botar pra fora daquele lugar aos poucos. Se há um ano eu pulava de felicidade ao ponto de decorar uma árvore de Natal hoje eu não quero nem velas nem árvores nem pisca-pisca nem o escambau. Tudo o que me sobrou foi a esperança de transferir meu quarto para quilometros de distância de onde ele está hoje, e chamar meu pai para botar fogo em tudo o que ficou.

I think the world would be better without Dogville.


Get a job!

É o que eu quero, mas acho má sorte falar mais sobre isso.


Estoy perdida.

Não que seja uma novidade. Às vezes, parece um sentimento constante. Sinto-me perdida quando tenho muito o que fazer e da mesma forma quando estou sem nada para fazer. Por exemplo, agora eu tenho muito tempo livre. Mas ao mesmo tempo, estou com 3 trabalhos para fazer, todos em fase pré-embrionária. Mas daí não consigo organizar minha mente a favor de mim mesma. Não consigo pensar: agora vou fazer só isso! E, quando eu penso, parece que os músculos do meu cérebro (se é que eles existem) se contorcem e doem. Eu nem sei como começar!!! Aí quando eu chego em casa penso: podia estar produzindo alguma coisa, mas daí a mesma dor me invade e eu acabo lendo um livro. Isso precisa ser diagnosticado. Pode ser letargia mental aguda.


Essa foi a primeira parte.

21.11.07

Mãe

Acariciou as linhas de lã como se fossem os cabelos do filho. Aquele cachecol abraçaria seu pescoço como seus braços apertados entre choro e riso. A peça viajaria pelo céu até pousar em suas tão saudosas mãos.
Enquanto tricotava, na tv um filme daqueles que a gente chora e se emociona. Ao lado, a filha caçula diz coisas para deixá-la melhor.
E no fim, tudo parecia tão injusto! E tudo na mesma hora, tudo para derrubá-la, tudo para fazê-la chorar.
As agulhas escreviam na lã palavras de amor. E, em cada nó, a esperança de dias melhores.