7.8.09

a teoria.

quando eu era criança, tive um sonho bizarro. não me lembro qual era, só da primeira coisa que disse para a minha mãe quando acordei: "mãe, rato de laboratório pode casar com rato normal?" sim, ela não entendeu. eu também não até recentemente.

qual o propósito da rodinha em que os ratos adoram correr? pois bem, também não sei. mas sei que minha terapeuta disse isso esses dias, que os ratos de laboratório correm naquela rodinha porque não têm noção de que aquilo não leva à lugar nenhum. eles acham que vão escapar uma hora, então é natural que na ânsia de ganhar liberdade, eles acelerem os passinhos miúdos, mas não saiam do lugar.

já o ratinho normal é aquele vagabundo, sujo e comedor de porcarias. mas ele não está num círculo vicioso, corre pelo mundo livremente, fugindo apenas de uma eventual vassourada.

pode ser que eu caia no "quem mexeu no meu queijo", mas a real é que um ratinho de laboratório não pode casar com um rato normal. eles têm visões de mundo diferentes e suas realidades são moldadas de acordo com tais visões.

no entanto, há esperanças. o ratinho malandro, aquele dos lixos e esgotos, pode muito bem empurrar o rato branquinho e aristocrata de sua rodinha, ou este último pode convencer o vagabundo de que vida de gaiola é super.

mãe, eu tenho a resposta para aquela pergunta de dezesseis anos atrás: eles podem sim, contanto que estejam correndo para a mesma direção.

Um comentário:

Oito disse...

Caralho, Freckles. Adorei a teoria!