_ Boa noite pessoal. É isso.
Os alunos se levantam e saem da sala.
"Eu devia ter dito alguma coisa sobre Manuel Bandeira. Eles sempre gostam de ouvir sobre o porquinho da índia".
Paulo destrava seu carro, estacionado na frente da lanchonete da Dona Cleide. Trânsito. Alfa FM... ah, que delícia ouvir Alfa FM.
Chega em seu prédio, elevador, apartamento. Acende as luzes da sala. Olha ao redor.
Tudo está no lugar. Os muitos livros catalogados por sobrenome do autor nas diversas estantes vizinhas, o peso de papel - lembrança de Bonito-MS -, o porta-retrato com a foto dela... tudo está no lugar.
Ele deixa as chaves em cima da mesinha de canto, tira o paletó e coloca sobre a cadeira, senta no sofá e liga a tv. Nada a se ver.
Desliga a tv, pega um livro na estante. "O velho e bom Dostoievski". Lê umas vinte páginas, pisca mais demoradamente umas duas vezes e não pensa duas vezes: hora de dormir.
Mais um dia acaba para Paulo, que acerta o despertador para às seis da manhã, coloca o pijama e diz boa noite a si mesmo. "Boa noite, Paulo".
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