3.5.09

sobre a virada.

Não costumo e não gosto de postar imagens aqui, já que este é o espaço para minhas palavras e as imagens vão para o flickr. Esta será a exceção, já que as imagens enriquecem o relato e também porque estão muito feias pro flickr.

Eu não ia pra virada. Minha relação com muvuca é um pouco conturbada e eu fico meio perdida em meio a tanta gente. Mas eu também não queria ficar em casa enquanto o maior evento cultural da cidade (quiçá do país) acontecia.
Pois bem. Liguei pro Possa e eles (com a Gabi e a Marcela) estavam indo para um workshop no Centro de Cultura Judaica. Pareceu interessante.

O CCJ parece uma fortaleza no meio do Sumaré. Detector de metais desses de aeroporto e nenhum contato com a bilheteria. Por dentro, um espaço muito bacana, arquitetura moderninha e tal. Foi a primeira vez que um elevador falou comigo, no CCJ. Queríamos visitar a exposição do 1º andar e, quando entramos no elevador, logo depois de eu falar algo sobre a Cabala e a Madonna, uma voz pergunta aonde estamos indo. Sério, foi surreal.

Já de volta ao térreo (sim, conseguimos visitar a exposição), fomos para o nosso workshop de culinária com o chef Bruno Lerner, cujo tema era “Receitas a base de chá”. Que figura esse chef. Muito bem humorado, ele nos mostrava como preparar uma bebida chamada poção do amor, uma sopa de galinha, um peixe assado e um frango defumado, todos, claro, a base de chá. Eu sei que sou bem chata para comida, principalmente em se falando de oriental, então não vale nada dizer que não gostei do frango (muito shoyu) e do peixe. O chá e a sopa estavam bons, mas então é melhor confiar na opinião dos outros, e eles gostaram muito de tudo. Eu realmente acredito neles.


Workshop com Breno Lerner

Depois fomos ao Tolocos da Augusta para, essa sim minha culinária favorita: a mexicana.

A próxima atração do nosso roteiro era Marcelo Camelo na Av. São João à meia-noite. Quando chegamos, o lugar estava até vazio, mas começou a chegar muita gente. Chegava e passava e gritava e vendia. Entra Marcelo Camelo. Obviamente que do alto dos meus 1,60m eu quase nada vi, mas aproveitei para curtir o som, que do Marcelo é quase hipnótico. Muita gente em volta de mim estava lá sem saber por que estava. Tagarelavam sem parar e nem sabiam quem era o cantor. Agora me diz, por que alguém que nem conhece o cara vai pro meio de uma muvuca ferrada pra ficar parado batendo papo? Quem? Pois é, eles.
Abstraindo-me do entorno, pirei quando ele cantou as músicas do espólio dos Los Hermanos, Pois é, Morena e Além do que se vê.


E avisa que é de se entregar o viver.

Show terminado, eis que descemos (com certa dificuldade) a São João em direção ao palco de dança porque a Gabi queria ver um balé francês com umas camas de pé (xis). Às três, voltaríamos ao palco principal, desta vez bem mais longe do povo, para ver o tributo a Tim Maia. Acontece que queríamos sentar. E, para isso, era preciso abandonar o balé das camas e ir para o palco de dança do Anhangabaú, com cadeirinhas. Esperamos lá a próxima apresentação, que seria às 3 (percebe-se que desistimos do Tim Maia). O espetáculo começa com todo mundo da plateia sendo filmado e mostrado em um telão, com tarjas pretas nos olhos. Depois, umas pessoas que mais pareciam uma mistura de Ets com robôs escandinavos começam a se jogar no chão, uma loucura. Não posso dizer muita coisa, pois primeiro nada sei de dança e segundo porque fiz teatro mais nova e eu fazia uns baratos daqueles.


Meus companheiros de virada.

Enfim, uma dança bem louca, o povo pulando e se jogando no chão, uma menina cantando que nem a Enya e tocando uma Gibson, a plateia sendo filmada e eu tentando entender o significado conotativo daquilo tudo. Eram três e meia da manhã e um cachorro entrou em cena. Ah, bonitinho e tal. Depois, um urso de pelúcia gigante é usado pela dançarina com algum propósito transcendental. Vamos embora.


o urso.

Minha virada acaba com uma menina bulinando um urso de pelúcia e eu penso: estou chata demais pra isso?

Resumindo, gostei da culinária, Pois é me levou às alturas, mas a grande quantidade de pessoas, entre elas muitas mijando, vomitando e gritando me fizeram correr dali, com uma lição aprendida: Virada Cultural? Traga seus DVDs e a pipoca, porque só se for aqui em casa.

Nenhum comentário: