29.11.08

dizzy

tudo é lindo. luzes verdes iluminam as árvores e as pessoas. sorrisos desfocados correm por mim. os alquimistas estão chegando. ando sem rumo certo. a bebida na minha mão cai aqui e ali. as pessoas estão todas felizes. eu sento e não percebo que sentei. eu levanto e sinto o chão se afastar bem mais lentamente do que o normal. rio fácil e sem motivo. falo e não percebo. quero e não consigo. não sei se estou falando. não sei se pareco lenta para os outros tanto quanto pareço para mim mesma. a bebida cai denovo. dança. som. abraços apertados e cumplicidade boêmia. a eca finalmente parece a eca que me descrevem. eu pareço mais velha. parece que envelheci vinte anos. ou rejuvenesci cinco. daí eu digo que não há nada a perder. e sinto um calor bom. e depois o calor se vai. e falo bobagens. e não quero mais bebida. e danço. e canto. e percebo que perdi a carona. e meus amigos estão lá. eu me sinto bem ao lado deles. ao lado deles vejo o sol nascer. e com eles vou tomar café. ao som de música francesa. lembro-me de que preciso pedir desculpas. e adormeço. acordo tonta. dor de cabeça. banho. glicose. líquido. o trabalho nas próximas horas. a lembrança de tudo. o riso pela idiotice. a tristeza pelo efêmero romance de vodka. o auto-conhecimento.

esse foi meu primeiro porre de verdade.

19.11.08

Bette Davis te despreza.

Eu te desprezo.

17.11.08

Today

Sirens sounding out, are we going to war
A film of yesterday on a broken down door
Send me something real to ignore or explore
And I'll show you all the things that I saw

Today the words don't mean enough for us to say
Today, to steal the moment that we gave away
We gave away
Gave it away

Can't remember when, but it's happened before
Saw it all played out through a crack in the door
Send me something real for the way that I feel
And I'll show you all the things that I've seen

Today the words don't mean enough for us to say
Today, to steal the moment that we gave away
We gave away

11.11.08

você

Eu fiquei um pouco menos mal ao te abraçar, mas eu sei que você nunca será meu como fora antes. Mesmo assim, você me fez tão bem por tanto tempo que me contento em sentir seu calor perto de mim. Porque eu odeio quando as pessoas somem das nossas vidas. Eu odeio quando elas dão tchau e você sabe que elas dizem que vão te visitar mas nunca visitam. Aí você chora muito, porque sabe que as pessoas são assim mesmo. E você tem que pensar positivo, que o mundo é cheio de gente legal e que você vai encontrar muitos amigos novos. Mas é ridículo, porque você sabe que igual a esta pessoa não tem mais, que você nunca mais vai viver o que viveu com ela e que tudo que você tentar será apenas uma pálida semelhança. E mesmo que você encontre outras pessoas, elas também vão sumir, e assim vai, até você ficar velhinho e olhar as fotos antigas dos seus, imaginando onde estão e se lamentando por ter fugido deles assim.

Mas sua presença alegrou minha alma, por mais que esteja chorando agora. Eu não queria dar tempo nenhum, queria que você viesse aqui agora pra gente ir no cinema ou tomar um açaí. Queria bater papo até ficar cansada e rir da nossa tão miserável vida. Porque eu odeio despedidas, e eu não quero me despedir de você.

Por fim, um trecinho do texto do livro do Ondjaki que é muito foda, e faz todo o sentido pra mim:

Nas despedidas acontece isso: a ternura toca a alegria, a alegria traz uma saudade quase triste, a saudade semeia lágrimas, e nós, as crianças, não sabemos arrumar essas coisas dentro do nosso coração.

1.11.08

Eu queria tanto ser forte.