Prendam-me.
Arrastem-me para uma caverna no meio do nada.
Alcatraz, Azkaban, Carandiru.
Não me importa.
Prendam-me numa jaula.
De macacos, de coelhos, de rinocerontes.
Eu quero que me tranquem.
Que me alimentem com miolo de pão.
Água, pão e farinha.
Se eu gritar, me amordacem.
Não me deixem dizer palavras infames.
Puta, caralho, porra.
E se eu pular, me amarrem.
E me deixem ao relento.
Poeira, vento, chuva.
Não quero mais essa civilização.
Quero fugir para longe.
Quero fugir de mim mesma.
Quero fugir dos outros para que estes não vejam minha cara de bandida.
Minha cara de safada. Minha cara de cretina.
E quando eu morrer, me enterrem embaixo da areia do mar.
Para que nem os peixes saibam que eu exista.
Para que ninguém vá chorar por mim.
Porque de lágrimas viverei eternamente.
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