24.1.07

Quando estava na escola, isso acontecia bastante. Era quase semanal, se não diário. A sensação que trás é ruim, quase sempre com boas razões, mas um ato não pensado. Por mais que haja motivos de sobra, que realmente fosse merecido, não deveria ser como foi. Porque, como eu disse pro Denis ontem, parece que no meio de uma guerra de comida, a música pára na hora em que eu arremesso o bolo. Ele disse que é porque é incomum isso partir de mim, que as pessoas têm medo dessa atitude, que neste mundo "devemos" (é nos dito) ser constantes e não agir de acordo com o que estamos sentindo. Se sou calminha, devo ser calminha sempre porque é assim que os outros esperam que eu reaja. E é verdade, a mais pura, se a gente for parar pra pensar. E por mais que a coisa não seja uma tragédia anunciada, como eu estou pintando, isso mexe comigo de um jeito que dá vontade de se esconder, ou de sair por aí sem rumo. Eu não sou melhor nem mais inteligente, nem mais calma, nem mais legal, nem mais especial do que ninguém. Mas de alguma forma, eu penso essas coisas de mim mesma e depois me arrependo. Daí sábias palavras de meu pai vêm a mente. Sábias atitudes de grandes pessoas. Mas eu não deixo de me sentir um sapo, e não deixo de sentir que os outros só observam e tentam se defender como podem, nem que para suas mentes se aliviarem eles mudem o foco da coisa. Porque como eu disse, a música pára comigo e as luzes se acendem sob minha cabeça, os rostos se viram com expressões de horror e eu só posso estar em um filme. Sim, o gigante é menor do que parece. Porém, não podia deixar de expressar aqui o fato. Que acabe aqui, então.

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