4.12.06




O pisca-pisca psicodélico-maluco-incrivelmente-genial faz eu pirar como nunca.
Em casa, ler todos os textos da Irene me fazem pensar que sou realmente capaz.
De noite, comprar estrelinhas e anjinhos me fazem sentir como aos oito anos.

No ônibus, o perfeito arco-íris na marginal prenuncia uma vida cheia de cor.

Na volta, uma palavra me deixa com dor no estômago e vontade de não me mexer. De não falar. De não piscar. De apenas fitar o infinito com a dor dilacerante latejando que agora virou embrulho incômodo. Ainda tem aquela coisa no olho; é, sim, tem aquilo de não piscar, mas parece que ele pesa, que vai saltar, que é preciso abaixar as pálpebras.

O sentir-se alheia me persegue e me encara como a esfinge: decifra-me ou devoro-te.
É preciso encarar, não há jeito, não há como.
É preciso, acima de tudo, repensar a mesma atitude caduca e sem graça de fechar a cara.
Mas como? Engolir tudo?

A vontade é essa mesmo. E de fugir. Porque parece que quando há a idéia fixa, nada contribui para tirá-la da mente. A vida a alimenta.

E daí vem o medo. O mesmo medo bobo de sempre.

Hoje vou comprar mais pisca-pisca psicodélico. E depois me enfiar debaixo do meu casco e assistir TV. E pensar que deve ser meu carma mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Clap, Clap, Clap!!
Texto fantástico, pensamentos confusos para quem está de fora da sua cabeça, mas fantásticos...