Um dia quente. Uma noite abafada.
Em noites abafadas, quando eu era criança, ficava brincando até bem tarde na rua. Às vezes, a gente (um monte de meninas) ficava sentada no meio-fio contando histórias de ET. Outras vezes, pulávamos elástico. Ou andávamos de patins. Parecia que o calor prolongava a diversão e dava uma sensação de férias.
Hoje tive essa sensação denovo. Ao esquecer do mundo e sentar, eu, Lu e Wanessa, no CAC para assistir um ensaio de Hamlet. Antes de tudo, a saudade do teatro; de ter movimentos marcados, ensaiar e re-ensaiar a mesma cena várias vezes, jogar-se como em lugar nenhum você faria, ter a sensação de responsabilidade pela próxima fala que está por vir. Depois, pela noite abafada de infância. Nada para se preocupar, apenas em curtir aquele momento diferente e torcer por mais que estão por vir. A conversa boba, gastar uma hora do seu dia com algo útil, a cara de espanto pela perfeição dos gestos.
Depois, gente nova. Infância. Conversar com pessoas que nunca vi antes. Conversar mesmo, e ter assunto. E não assunto bobo. Assuntos legais mesmo. E rir, rir muito.
Noites abafadas. Sem nada para pensar. Descobrir pessoas, lugares e rir muito.
Taí.
Um comentário:
É, parece que a primavera resolveu aparecer... Eu e uma amiga do cursinho almadiçoamos tanto esse calor, apesar de ser gostoso por tudo isso que falaste, que a noite acabou esfriando um pouquinho, e é possivel até que caia um pé d'água esse madrugada.
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