12.11.09
how can you stay outside? there's a beautiful mess inside.
Sabe aquela pessoa que ilumina o ambiente com apenas um sorriso? Não é fácil achar pessoas assim, a gente pensa que conhece muitas, até que um dia descobre que poucas ocupam este lugar, de seres com luz própria ou, como diz a palavra: estrelas. Yael Naim é sem dúvida uma dessas pessoas, daquelas que a gente quer ser a melhor amiga, casar ou apenas que ela saiba seu nome. Essa cantora francesa, meio israelense, mas que canta em inglês, está na cidade e se apresentou hoje no Sesc Pinheiros. Eu conheci Yael Naim, como muitos, pela música da propaganda do MacBook Air (isso mesmo), mas hoje ela ocupa posição privilegiada no meu hall de cantoras favoritas. Isso porque ela transparece através de sua voz toda a emoção contida em suas palavras, além de ter um timbre único.
O auditório Paulo Autran tem lugares marcados e o meu era na esquina da segunda fileira. A primeira é meio que reservada (lugares vitalícios, talvez), e ninguém sentava ali. Quando Yael subiu ao palco, começou a cantar Far Far, que – e desculpem-me a pieguice – é uma música que foi feita para mim, sem brincadeira. Comecei a chorar imediatamente. Era como se aquele show fosse só meu, se ela estivesse começando tudo aquilo com a letra e melodia que compôs para me definir. Isso nunca aconteceu comigo, eu não estava preparada para aquela voz que foi muito além dos auto-falantes do meu notebook: Far Far inundava cada centímetro daquele lugar, e inundava cada milímetro de mim. Na segunda música, espiei a primeira fileira e notei que o assento bem na frente dela estava vazio. Como é proibido entrar depois que o espetáculo começa, eu sabia que ele continuaria vago até que alguém se esgueirasse até lá. E esse alguém fui eu. Mal pude acreditar. Era como se realmente aquele show fosse feito para mim e, mesmo sabendo da multidão que me seguia, era como se não existissem.
Yael Naim é uma fofa. Cabelos compridos meio sem pentear, um vestido roxo com ar medieval e pantufas de lã com cordões de bolinha. Ela dá pulinhos no ar ao se dirigir ao piano e, antes de começar sua versão (superior) de Toxic, de Britney Spears (sim), ela declara: “esta é uma canção de uma grande amiga minha, ela sempre vai lá em casa para jantar. (pausa) Era uma brincadeira, odeio que eu sempre preciso dizer que é uma brincadeira!”. Antes de New Soul, a música do MacBook, diz: “Esta canção eu escrevi porque antes de chegar em Paris eu achava que era uma alma antiga, vocês sabem, do espiritismo, que diz que as almas vêm e voltam à Terra várias vezes e uma alma antiga sempre volta mais bonita e inteligente. Bom, depois que eu cheguei em Paris, comecei a pensar que não, talvez eu seja uma alma nova afinal, e que esta é a minha primeira vez na Terra (risos)”. E New Soul fala disso, de ser uma pessoa que pode cometer sempre um erro novo, que sempre está aprendendo e que, pra ser sincera, resume a todos nós.
Os músicos que a acompanham são um caso à parte, têm presença de palco incrível e parecem estar em total harmonia entre si. Yael convida o público a interagir e brinca com os instrumentistas; esquece o que ia falar e pede aplausos para o carinha que veio arrumar o seu violão nos ombros; tenta conversar e tocar ao mesmo tempo; imita um guitar hero com um violão mínimo de madeira. Sim, você me diria, todos podem fazer isso, não é novidade. Mas Yael Naim tem toda uma delicadeza espalhafatosa que transforma cada tentativa de agradar em risos e admiração.
No final, no último bis, ela repete New Soul, desta vez com seus músicos lado a lado. Davi, o percursionista, "rouba" a câmera fotográfica de um rapaz da primeira fila e começa a filmar a platéia e os músicos - parecem que estão na sala de casa. Depois disso, uma multidão corre para a frente (pior pra mim) e começa a fotografar loucamente a cantora e sua banda. Eles não se intimidam e, pelo contrário, parecem estar se divertindo mais que todos. Por fim, Yael organiza um coral com o público, pede para que o lado esquerdo cante uma melodia, o centro outra e o direito outra. Depois pede para juntarem. Na última nota, não contente com a desafinação geral, pede: “Não, mais leve, mais bonito”. E assim fazemos. E, com o último acorde de New Soul, eles saem do palco, felizes como crianças. E, como crianças, rimos alto e aplaudimos mais uma vez essa cantora, ou melhor, essa estrela.
ps: assim que eu tiver o link do vídeo que eles fizeram no palco, posto aqui. Já falei com o dono da câmera, ele vai subir no Youtube.
9.11.09
Não me leve a sério. Mesmo, eu sou uma pirralha.
Eu sou uma pivete, uma criança, uma mimada.
Nunca passei necessidade, nunca soube o que é perder.
Eu sou uma piada sem sentido. Sou uma boneca de pano, você pode me arrastar por aí que eu não ligo.
Nuca fui rejeitada, não sei o que é a tristeza.
Sou a pessoa errada para o resto dos seus dias. Não queira envelhecer ao meu lado.
Sou uma bela pintura, uma bela monalisa emparedada.
(Conclusões extraídas de um ano para cá)
Eu sou uma pivete, uma criança, uma mimada.
Nunca passei necessidade, nunca soube o que é perder.
Eu sou uma piada sem sentido. Sou uma boneca de pano, você pode me arrastar por aí que eu não ligo.
Nuca fui rejeitada, não sei o que é a tristeza.
Sou a pessoa errada para o resto dos seus dias. Não queira envelhecer ao meu lado.
Sou uma bela pintura, uma bela monalisa emparedada.
(Conclusões extraídas de um ano para cá)
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