Esta é uma época em que ou todos estão com suas famílias ou estão se preparando para viajar. Eu estou com minha família aqui em Suzano, aproveitando os dias de férias desta semana cabalística.
Eu moro num dos últimos andares de um prédio aqui com a minha mãe e meu irmão e temos uma vista privilegiada: na nossa frente, há um grande terreno vazio, do qual temos a vista até da cidade ao lado. Sábado, veio um carro para este terreno e de lá sairam uns caras que começaram a marcar com cal uma grande circunferência no chão. Depois, no dia seguinte, voltaram e fizeram uns buracos na terra. Não tínhamos certeza do que se tratava até que ontem chegou um carro com auto-falante anunciando o circo de Moscou. Era um circo. Daí começaram a chegar, pouco a pouco, e, hoje de manhã, quando fui para a sacada, já haviam uns dez trailers parados e até um elefante. Acho que minha maior vontade era de ter uma câmera e descer para tirar umas fotos. Queria conversar com eles, entrar em cada trailer e ver os filhinhos da mulher barbada ou do malabarista. Por enquanto, apenas observo de longe a construção deste circo, e a evolução da vida a sua volta.
Agora, última semana do ano. Nada a declarar. Apenas espero que 2008 venha para trazer coisas boas. Quem sabe visitar meu irmão nas terras gélidas do norte.
26.12.07
20.12.07
11.12.07
Eu, sempre querendo ser um porto-seguro percebi que sou estrada, apenas uma passagem rápida. Agora, não é porque ele me disse, mas porque percebi que não há Mark Darcys por aí mas muitos Alfies nesta vida.
Agora pense: quem ficou do começo ao fim desta história? Eu, e apenas eu fui aquela que ficou até o final. E se já aguentei tanta coisa, mais essa não vai me matar. É duro, ah se é, mas é o preço que se paga por ler histórias de amor. Nos filmes, o tempo passa muito rápido e a gente não vê os acessos de loucura da personagem principal. Nem sabemos se o carinha que aparece na janela com flores no fim da história não foi embora um ano depois.
Esta é minha história. E ninguém vai estragar.
"All we need is love...
...love is just a game"
Por favor, não comentem este post.
Agora pense: quem ficou do começo ao fim desta história? Eu, e apenas eu fui aquela que ficou até o final. E se já aguentei tanta coisa, mais essa não vai me matar. É duro, ah se é, mas é o preço que se paga por ler histórias de amor. Nos filmes, o tempo passa muito rápido e a gente não vê os acessos de loucura da personagem principal. Nem sabemos se o carinha que aparece na janela com flores no fim da história não foi embora um ano depois.
Esta é minha história. E ninguém vai estragar.
"All we need is love...
...love is just a game"
Por favor, não comentem este post.
7.12.07
1.12.07
26.11.07
Hoje será um post longo porque tenho muito tempo livre. Melhor organizá-lo em tópicos pra ficar mais fácil para você, caro leitor (ok, já me conformei em não tê-los, mas um dia muitas pessoas vão querer ler, acredito).
Mi casa?
Acho que Lars von Trier deve ter presenciado minha vida na minha casa aqui em São Paulo quando resolveu filmar Dogville. Ou talvez minha companheira de apê tenha visto Dogville quando resolveu agir bem parecido com os habitantes daquela cidadezinha do mal. Tá, não fui acorrentada na cama nem sofri agressões físicas, mas a verdade é que, na essência, você não precisa bater em uma pessoa para feri-la gravemente.
Aposto que ela leu "como torturar uma pessoa mentalmente até que ela faça dos seus desejos os dela" quando resolveu me botar pra fora daquele lugar aos poucos. Se há um ano eu pulava de felicidade ao ponto de decorar uma árvore de Natal hoje eu não quero nem velas nem árvores nem pisca-pisca nem o escambau. Tudo o que me sobrou foi a esperança de transferir meu quarto para quilometros de distância de onde ele está hoje, e chamar meu pai para botar fogo em tudo o que ficou.
I think the world would be better without Dogville.
Get a job!
É o que eu quero, mas acho má sorte falar mais sobre isso.
Estoy perdida.
Não que seja uma novidade. Às vezes, parece um sentimento constante. Sinto-me perdida quando tenho muito o que fazer e da mesma forma quando estou sem nada para fazer. Por exemplo, agora eu tenho muito tempo livre. Mas ao mesmo tempo, estou com 3 trabalhos para fazer, todos em fase pré-embrionária. Mas daí não consigo organizar minha mente a favor de mim mesma. Não consigo pensar: agora vou fazer só isso! E, quando eu penso, parece que os músculos do meu cérebro (se é que eles existem) se contorcem e doem. Eu nem sei como começar!!! Aí quando eu chego em casa penso: podia estar produzindo alguma coisa, mas daí a mesma dor me invade e eu acabo lendo um livro. Isso precisa ser diagnosticado. Pode ser letargia mental aguda.
Essa foi a primeira parte.
Mi casa?
Acho que Lars von Trier deve ter presenciado minha vida na minha casa aqui em São Paulo quando resolveu filmar Dogville. Ou talvez minha companheira de apê tenha visto Dogville quando resolveu agir bem parecido com os habitantes daquela cidadezinha do mal. Tá, não fui acorrentada na cama nem sofri agressões físicas, mas a verdade é que, na essência, você não precisa bater em uma pessoa para feri-la gravemente.
Aposto que ela leu "como torturar uma pessoa mentalmente até que ela faça dos seus desejos os dela" quando resolveu me botar pra fora daquele lugar aos poucos. Se há um ano eu pulava de felicidade ao ponto de decorar uma árvore de Natal hoje eu não quero nem velas nem árvores nem pisca-pisca nem o escambau. Tudo o que me sobrou foi a esperança de transferir meu quarto para quilometros de distância de onde ele está hoje, e chamar meu pai para botar fogo em tudo o que ficou.
I think the world would be better without Dogville.
Get a job!
É o que eu quero, mas acho má sorte falar mais sobre isso.
Estoy perdida.
Não que seja uma novidade. Às vezes, parece um sentimento constante. Sinto-me perdida quando tenho muito o que fazer e da mesma forma quando estou sem nada para fazer. Por exemplo, agora eu tenho muito tempo livre. Mas ao mesmo tempo, estou com 3 trabalhos para fazer, todos em fase pré-embrionária. Mas daí não consigo organizar minha mente a favor de mim mesma. Não consigo pensar: agora vou fazer só isso! E, quando eu penso, parece que os músculos do meu cérebro (se é que eles existem) se contorcem e doem. Eu nem sei como começar!!! Aí quando eu chego em casa penso: podia estar produzindo alguma coisa, mas daí a mesma dor me invade e eu acabo lendo um livro. Isso precisa ser diagnosticado. Pode ser letargia mental aguda.
Essa foi a primeira parte.
21.11.07
Mãe
Acariciou as linhas de lã como se fossem os cabelos do filho. Aquele cachecol abraçaria seu pescoço como seus braços apertados entre choro e riso. A peça viajaria pelo céu até pousar em suas tão saudosas mãos.
Enquanto tricotava, na tv um filme daqueles que a gente chora e se emociona. Ao lado, a filha caçula diz coisas para deixá-la melhor.
E no fim, tudo parecia tão injusto! E tudo na mesma hora, tudo para derrubá-la, tudo para fazê-la chorar.
As agulhas escreviam na lã palavras de amor. E, em cada nó, a esperança de dias melhores.
Enquanto tricotava, na tv um filme daqueles que a gente chora e se emociona. Ao lado, a filha caçula diz coisas para deixá-la melhor.
E no fim, tudo parecia tão injusto! E tudo na mesma hora, tudo para derrubá-la, tudo para fazê-la chorar.
As agulhas escreviam na lã palavras de amor. E, em cada nó, a esperança de dias melhores.
31.10.07
Não quero ficar falando o quão injusto é esse mundo, porque afinal é sempre justo para alguns;
Nem do sentimento de que algo deu errado com todos os planos divinos, porque fui eu quem inventou tudo isso.
Também não vou falar de flores ou de coisas que aprendi nos discos.
Nem quero falar de cabides, porque não os conheço.
Nem do sentimento de que algo deu errado com todos os planos divinos, porque fui eu quem inventou tudo isso.
Também não vou falar de flores ou de coisas que aprendi nos discos.
Nem quero falar de cabides, porque não os conheço.
22.10.07
15.10.07
10.10.07
Eu penso em várias coisas desenfreadamente. Quando penso em escrever, no entanto, há uma barreira de fluxo, as palavras vêm cuspidas, vomitadas e depois, vetadas. O livro que estou lendo, Orgulho e Preconceito, tem um trecho sobre isso, a cerca de uma conversa entre Mr. Darcy e Mr. Bingley:
-Minhas idéias afluem com tal rapidez que não me dão tempo para as exprimir, pelo que minhas cartas por vezes não transmitem nenhuma idéia a meus correspondentes.
É assim que me sinto diante do ato de escrever, na maioria das vezes. Isso ocorre também porque quero falar de muitas coisas ao mesmo tempo e no fim, não escrevo sobre nada, ou sobre vários assuntos superficialmente.
Mudando de foco, é comum sentir uma desconexão com o mundo que me cerca. Recentemente, tenho vivenciado experiências que me deixam à deriva do meu próprio corpo, e é como se algo estivesse errado. É difícil explicar este sentimento, ele aflora em momentos banais, como lavar a roupa ou no meio de uma aula. Parece que, por alguns momentos, situo-me fora da matrix e percebo o ambiente como aqueles que o regem, Deus, ou o quer que seja. Pergunto-me: por que tudo isso? por que publicitária, diretora de arte, filha de fulana, residente de tal bairro, sonhadora fútil, incorruptível, amigos x, y e z, falta de amigos, ansiedade, sentimento de superioridade? Qual o propósito de tudo isso?
Por várias vezes escrevi minha situação atual, sem ECA Jr. para preencher minhas tardes e o consequente vazio que esta falta provém. Vivo como se numa onda flutuante, em meu bote, em que as tormentas localizam-se exclusivamente dentro da minha cabeça. Os desafios agora constituem-se de terminar um livro, ver os 100 filmes da bravo ou criar peças. Mas quando rabisco umas linhas tortas no papel, percebo minha deficiência e também a incapacidade de fazer algo a respeito, eu só desenho para aliviar as aulas chatas de cada dia.
Sobre as relações pessoais, presencio amizades alheias que me incomodam ou (não "e") me invejam. As mensagens do orkut do vizinho são mais verdes, as outras que ele apaga mas eu vejo excluem de mim uma participação, sim, há um ódio envolvido, mas haveria tanto ódio se houvesse tanto segredo?
Por fim, concluo: de 10% falei aqui. Tudo isso é muito maior. Se todas as pessoas revelassem suas paranóias existenciais, talvez este seria um mundo melhor. Se mais pessoas comentassem o que leram aqui sem frases feitas, esse seria um mundo melhor.
A discussão está morta sob a bandeira da modernidade.
-Minhas idéias afluem com tal rapidez que não me dão tempo para as exprimir, pelo que minhas cartas por vezes não transmitem nenhuma idéia a meus correspondentes.
É assim que me sinto diante do ato de escrever, na maioria das vezes. Isso ocorre também porque quero falar de muitas coisas ao mesmo tempo e no fim, não escrevo sobre nada, ou sobre vários assuntos superficialmente.
Mudando de foco, é comum sentir uma desconexão com o mundo que me cerca. Recentemente, tenho vivenciado experiências que me deixam à deriva do meu próprio corpo, e é como se algo estivesse errado. É difícil explicar este sentimento, ele aflora em momentos banais, como lavar a roupa ou no meio de uma aula. Parece que, por alguns momentos, situo-me fora da matrix e percebo o ambiente como aqueles que o regem, Deus, ou o quer que seja. Pergunto-me: por que tudo isso? por que publicitária, diretora de arte, filha de fulana, residente de tal bairro, sonhadora fútil, incorruptível, amigos x, y e z, falta de amigos, ansiedade, sentimento de superioridade? Qual o propósito de tudo isso?
Por várias vezes escrevi minha situação atual, sem ECA Jr. para preencher minhas tardes e o consequente vazio que esta falta provém. Vivo como se numa onda flutuante, em meu bote, em que as tormentas localizam-se exclusivamente dentro da minha cabeça. Os desafios agora constituem-se de terminar um livro, ver os 100 filmes da bravo ou criar peças. Mas quando rabisco umas linhas tortas no papel, percebo minha deficiência e também a incapacidade de fazer algo a respeito, eu só desenho para aliviar as aulas chatas de cada dia.
Sobre as relações pessoais, presencio amizades alheias que me incomodam ou (não "e") me invejam. As mensagens do orkut do vizinho são mais verdes, as outras que ele apaga mas eu vejo excluem de mim uma participação, sim, há um ódio envolvido, mas haveria tanto ódio se houvesse tanto segredo?
Por fim, concluo: de 10% falei aqui. Tudo isso é muito maior. Se todas as pessoas revelassem suas paranóias existenciais, talvez este seria um mundo melhor. Se mais pessoas comentassem o que leram aqui sem frases feitas, esse seria um mundo melhor.
A discussão está morta sob a bandeira da modernidade.
2.10.07
cegos
Saramago é foda.
Quando entro em seu mundo de cegos, tudo que me cerca se transforma. Ao levantar a cabeça, imagino como seria se todos que estão ao meu lado cegassem. Imagino que um inferno. Ele é louco, só pode ser insanamente desiquilibrado. Não consigo imaginar como consegue fazer das imagens, palavras.
Agora que estou sem nada a fazer boa parte do tempo, vejo o livro como acessório para levar na bolsa e ler compulsivamente. É um mundo que se abre, um mundo só meu.
Quando entro em seu mundo de cegos, tudo que me cerca se transforma. Ao levantar a cabeça, imagino como seria se todos que estão ao meu lado cegassem. Imagino que um inferno. Ele é louco, só pode ser insanamente desiquilibrado. Não consigo imaginar como consegue fazer das imagens, palavras.
Agora que estou sem nada a fazer boa parte do tempo, vejo o livro como acessório para levar na bolsa e ler compulsivamente. É um mundo que se abre, um mundo só meu.
20.9.07
A Terra parou de rodar.
A atmosfera adensou-se de forma a reduzir a velocidade dos carros e das pessoas. É como se estar vivo naquele dia fosse o pior programa possível.
O Sol contaminara o céu. O céu fora tingido de amarelo.
E estar parada ali, entre idas e vindas de carros, ônibus, taxis, motos e pessoas previa não só um futuro incerto, mas como a sensação de que todos guardavam um segredo de que desconhecia por dormir um pouco depois do almoço. Como se estivessemos a poucos minutos do fim do mundo, ou em um funeral coletivo. Minha calça jeans tornara-se prisão pessoal.
Tudo só voltará ao normal quando das nuvens romper uma chuva fina, ou uma chuva pesada.
A atmosfera adensou-se de forma a reduzir a velocidade dos carros e das pessoas. É como se estar vivo naquele dia fosse o pior programa possível.
O Sol contaminara o céu. O céu fora tingido de amarelo.
E estar parada ali, entre idas e vindas de carros, ônibus, taxis, motos e pessoas previa não só um futuro incerto, mas como a sensação de que todos guardavam um segredo de que desconhecia por dormir um pouco depois do almoço. Como se estivessemos a poucos minutos do fim do mundo, ou em um funeral coletivo. Minha calça jeans tornara-se prisão pessoal.
Tudo só voltará ao normal quando das nuvens romper uma chuva fina, ou uma chuva pesada.
27.8.07
Era uma casa mal-assombrada.
Parecia começo de Scooby-Doo.
Mas os trinta e seis transformaram o ambiente.
E com sua alegria transformaram-na em lar.
Cada momento vivido ali só pertence a eles.
No fim, o saldo - 18 ficam para a história, 18 seguem avante.
Uma conversa ao amanhecer.
Abraços molhados e música nos fazem pensar o quanto estes 14 meses farão falta.
Parecia começo de Scooby-Doo.
Mas os trinta e seis transformaram o ambiente.
E com sua alegria transformaram-na em lar.
Cada momento vivido ali só pertence a eles.
No fim, o saldo - 18 ficam para a história, 18 seguem avante.
Uma conversa ao amanhecer.
Abraços molhados e música nos fazem pensar o quanto estes 14 meses farão falta.
22.8.07
Não sei o que acontece comigo.
É como se tudo fosse muito complicado ou maior do que é.
Ou não, ou to encarando tudo numa boa quando o que devia fazer era me descabelar.
Tem tanta coisa.
Eu fico me questionando o que é a vida afinal, porque a gente tá aqui, pra que raios existe Deus ou qualquer entidade divina.
Somos tão pequenos que não conseguimos andar até o final da rua; somos tão pequenos numa massa mais pequena ainda que orbita num espaço ainda menor.
E mesmo tão pequenos, conseguimos fazer bagunças enormes. E na extâse da farra dos desmiolados, colocam-me como juíza de uma briga entre Céu e Terra. Enquanto o Céu derrama suas lágrimas, a Terra as recebe e forma um oceano, mas dele não bebe porque está cheio de sal.
Pode ser que tudo isso seja um grande deslocamento, a Roda da Fortuna, ou quem sabe, a Roleta Russa.
Só sei que me sinto prisioneira das horas, imersa nos compromissos que não mais são meus. E se lhe ofereço o braço, talham-me a cabeça e fico sem coração.
Até quando sentirei esse não pertencimento de mim mesma?
Até as cinzas das horas?
Até semana que vem?
Ou até o próximo colapso existencial da humanidade?
É como se tudo fosse muito complicado ou maior do que é.
Ou não, ou to encarando tudo numa boa quando o que devia fazer era me descabelar.
Tem tanta coisa.
Eu fico me questionando o que é a vida afinal, porque a gente tá aqui, pra que raios existe Deus ou qualquer entidade divina.
Somos tão pequenos que não conseguimos andar até o final da rua; somos tão pequenos numa massa mais pequena ainda que orbita num espaço ainda menor.
E mesmo tão pequenos, conseguimos fazer bagunças enormes. E na extâse da farra dos desmiolados, colocam-me como juíza de uma briga entre Céu e Terra. Enquanto o Céu derrama suas lágrimas, a Terra as recebe e forma um oceano, mas dele não bebe porque está cheio de sal.
Pode ser que tudo isso seja um grande deslocamento, a Roda da Fortuna, ou quem sabe, a Roleta Russa.
Só sei que me sinto prisioneira das horas, imersa nos compromissos que não mais são meus. E se lhe ofereço o braço, talham-me a cabeça e fico sem coração.
Até quando sentirei esse não pertencimento de mim mesma?
Até as cinzas das horas?
Até semana que vem?
Ou até o próximo colapso existencial da humanidade?
20.8.07
Poxa, quero escrever.
Aqui é Nica. Pós-aula. Harry me espera.
Mas há a fome.
Mas há a ansiedade.
E há a impaciência.
E há o fato de que todos os pensamentos se esvaem quando sento aqui e penso: tá, agora escreve.
Me entristece um pouco o fato de não haver atividade por parte dos amigos.
Como se fosse a última combatente neste terreno infértil.
Mas aí penso que gosto disso mesmo e pronto.
Porque tem tanta coisa acontecendo.
Tanta mesmo.
Angústia, felicidade, emoção, alegria e medo. Tudo junto.
Mas aí vem ele e sua mão nos meus cabelos. E eu esqueço.
Tudo some e só sobra a sensação boa.
Isso.
Aqui é Nica. Pós-aula. Harry me espera.
Mas há a fome.
Mas há a ansiedade.
E há a impaciência.
E há o fato de que todos os pensamentos se esvaem quando sento aqui e penso: tá, agora escreve.
Me entristece um pouco o fato de não haver atividade por parte dos amigos.
Como se fosse a última combatente neste terreno infértil.
Mas aí penso que gosto disso mesmo e pronto.
Porque tem tanta coisa acontecendo.
Tanta mesmo.
Angústia, felicidade, emoção, alegria e medo. Tudo junto.
Mas aí vem ele e sua mão nos meus cabelos. E eu esqueço.
Tudo some e só sobra a sensação boa.
Isso.
9.8.07
Ciclo
E mais um ciclo se fecha.
Muitos já ocorreram, outros estão por vir.
Nem todos iguais, nem todos diferentes.
Victor na Irlanda.
Mãe à esquerda.
Pai à direita.
Denis realiza o sonho de criar e desenhar e pintar e olhar e evoluir.
Thaís diz adeus à Jr. e a Jr. diz adeus à Thaís.
É o fim da paroxetina.
É o início de algo que não sei o que é.
Espero que não venha acompanhado de tontura.
Espero que eu possa levar meu Harry Potter.
Muitos já ocorreram, outros estão por vir.
Nem todos iguais, nem todos diferentes.
Victor na Irlanda.
Mãe à esquerda.
Pai à direita.
Denis realiza o sonho de criar e desenhar e pintar e olhar e evoluir.
Thaís diz adeus à Jr. e a Jr. diz adeus à Thaís.
É o fim da paroxetina.
É o início de algo que não sei o que é.
Espero que não venha acompanhado de tontura.
Espero que eu possa levar meu Harry Potter.
19.7.07
Prendam-me
Prendam-me.
Arrastem-me para uma caverna no meio do nada.
Alcatraz, Azkaban, Carandiru.
Não me importa.
Prendam-me numa jaula.
De macacos, de coelhos, de rinocerontes.
Eu quero que me tranquem.
Que me alimentem com miolo de pão.
Água, pão e farinha.
Se eu gritar, me amordacem.
Não me deixem dizer palavras infames.
Puta, caralho, porra.
E se eu pular, me amarrem.
E me deixem ao relento.
Poeira, vento, chuva.
Não quero mais essa civilização.
Quero fugir para longe.
Quero fugir de mim mesma.
Quero fugir dos outros para que estes não vejam minha cara de bandida.
Minha cara de safada. Minha cara de cretina.
E quando eu morrer, me enterrem embaixo da areia do mar.
Para que nem os peixes saibam que eu exista.
Para que ninguém vá chorar por mim.
Porque de lágrimas viverei eternamente.
Arrastem-me para uma caverna no meio do nada.
Alcatraz, Azkaban, Carandiru.
Não me importa.
Prendam-me numa jaula.
De macacos, de coelhos, de rinocerontes.
Eu quero que me tranquem.
Que me alimentem com miolo de pão.
Água, pão e farinha.
Se eu gritar, me amordacem.
Não me deixem dizer palavras infames.
Puta, caralho, porra.
E se eu pular, me amarrem.
E me deixem ao relento.
Poeira, vento, chuva.
Não quero mais essa civilização.
Quero fugir para longe.
Quero fugir de mim mesma.
Quero fugir dos outros para que estes não vejam minha cara de bandida.
Minha cara de safada. Minha cara de cretina.
E quando eu morrer, me enterrem embaixo da areia do mar.
Para que nem os peixes saibam que eu exista.
Para que ninguém vá chorar por mim.
Porque de lágrimas viverei eternamente.
16.7.07
11.7.07
Eu já sabia há muito tempo que esse dia iria chegar. Sabia desde meu aniversário de doze anos. Mas mesmo assim, mesmo sabendo há tempos, foi difícil lidar com a quebra. Eu sei que é melhor assim, sei mesmo, mas no fundo há aquela garota com medo do escuro, que comia pizza de sexta, kilo no sábado e churrasco no domingo. Só de pensar que as coisas não serão mais como antes, que minha casa não será mais a mesma, que deixarei para trás vizinhos, cachorros, amigos e lembranças, eu fico de olhos marejados e coração partido.
Eu sou mais daqui do que de lá e meu irmão já não mais morava mais com a gente, no entanto era como se fosse tudo uma coisa só. Agora que ele ficará à um oceano de distância, minha noção de família vai se esfacelar. Bosta, eu sei que é o melhor pra todos, mas quando alguém que você conhece desde o dia que nasceu resolve não aparecer mais, poxa, é complicado.
Eu não sei, nunca fomos uma família muito unida, mas a sensação que nos mantinha juntos era forte. Agora, ela parece um fiozinho magro e incolor.
E eu aqui, longe de tudo, sinto como se precisasse dela e dele.
Fica aqui registrado.
E esta história entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra.
Eu sou mais daqui do que de lá e meu irmão já não mais morava mais com a gente, no entanto era como se fosse tudo uma coisa só. Agora que ele ficará à um oceano de distância, minha noção de família vai se esfacelar. Bosta, eu sei que é o melhor pra todos, mas quando alguém que você conhece desde o dia que nasceu resolve não aparecer mais, poxa, é complicado.
Eu não sei, nunca fomos uma família muito unida, mas a sensação que nos mantinha juntos era forte. Agora, ela parece um fiozinho magro e incolor.
E eu aqui, longe de tudo, sinto como se precisasse dela e dele.
Fica aqui registrado.
E esta história entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra.
5.7.07
Vontades
Ler:
- Garcia Marquez
- Sherlock
- Dostoievski
- Argan
- J.K. Rowling
Assistir:
- Goddard
- Hitchcock
- Bonequinha de Luxo
- Propagandas
- Filmes cult em geral ai que lindo isso acho que vou chorar
Ir:
- Ibirapuera
- Anima Mundi
- Marisa Monte
- Suzano
- Tirar fotos
Fazer:
- Academia
- Bolo
- Manha
- Compras
- Passeios de fim de tarde
- Garcia Marquez
- Sherlock
- Dostoievski
- Argan
- J.K. Rowling
Assistir:
- Goddard
- Hitchcock
- Bonequinha de Luxo
- Propagandas
- Filmes cult em geral ai que lindo isso acho que vou chorar
Ir:
- Ibirapuera
- Anima Mundi
- Marisa Monte
- Suzano
- Tirar fotos
Fazer:
- Academia
- Bolo
- Manha
- Compras
- Passeios de fim de tarde
30.6.07
quadrinho
Estava correndo quando de repente sentiu o chão se aproximar. Os braços escorregadios lançavam-se contra a rocha dura. Não sentiu os joelhos amortecendo a queda. Tudo que pôde fazer foi levantar-se e achar que estava bem.
Todos a olhavam com cara de espanto. Ela, aos prantos, esbravejava a puta que te pariu mas que porra foda-se tudo. Depois, calou-se. O calor que subia o pescoço inundava a alma e resultava em bochechas vermelhas. Estava confusa.
Chegara em casa cansada e querendo dormir. A outra dissera-lhe para fazer as coisas direito porque fazia tudo sempre menos. E ela contou da dor nas mãos, do rubror das bochechas, mas nada adiantou para que lhe fizesse mais feliz.
Em punho forçado, escrevera sua carta. A docente riu e deu-lhe um dois. Sonhara com cinco e meio e acordara com medo. Sua face antes leve e pueril adquiriu o peso da velhice. Estava cansada.
Subiu na balança e conferiu o peso. Estava maior que um labrador e menor do que um elefante. Pensou no chocolate e nas massas. Quis parar.
O menos quinhentos era a prova de que sua fome capitalista nunca a faria comunista. Queria jóias, roupas e calçados, no entanto teria farinha, café e banana. O Sol brilhava, o Sol é para todos.
Acordou do sono profundo em que as mãos tocaram violentamente o chão. Abraçou os lençóis e os amarrou na cintura. Transformou-o em chaveiro e agora ele está pendurado em sua calça. A vida era enfim uma coisa violenta.
Todos a olhavam com cara de espanto. Ela, aos prantos, esbravejava a puta que te pariu mas que porra foda-se tudo. Depois, calou-se. O calor que subia o pescoço inundava a alma e resultava em bochechas vermelhas. Estava confusa.
Chegara em casa cansada e querendo dormir. A outra dissera-lhe para fazer as coisas direito porque fazia tudo sempre menos. E ela contou da dor nas mãos, do rubror das bochechas, mas nada adiantou para que lhe fizesse mais feliz.
Em punho forçado, escrevera sua carta. A docente riu e deu-lhe um dois. Sonhara com cinco e meio e acordara com medo. Sua face antes leve e pueril adquiriu o peso da velhice. Estava cansada.
Subiu na balança e conferiu o peso. Estava maior que um labrador e menor do que um elefante. Pensou no chocolate e nas massas. Quis parar.
O menos quinhentos era a prova de que sua fome capitalista nunca a faria comunista. Queria jóias, roupas e calçados, no entanto teria farinha, café e banana. O Sol brilhava, o Sol é para todos.
Acordou do sono profundo em que as mãos tocaram violentamente o chão. Abraçou os lençóis e os amarrou na cintura. Transformou-o em chaveiro e agora ele está pendurado em sua calça. A vida era enfim uma coisa violenta.
11.6.07
O Juca é um garotinho safado que gosta de beber cerveja até cair.
O Juca tem 14 anos e neste me convidou para a sua festa.
O Juca disse que a Festeca não tem meio mas do meio me lembro e amo até o fim.
O Juca conta revelções que me deixam nervosa.
Mas aí o Juca passa a mão nos meus cabelos e me diz que vai ficar tudo bem.
O Juca deixa a gente tonto, cansado, suando e com fome.
O Juca deixa a gente louco, insano, cantando até a morte.
O Juca é azul clarinho da cor dos sonhos da minha barraca.
O Juca é nosso.
Chupa Mackenzie. (rs.)
O Juca tem 14 anos e neste me convidou para a sua festa.
O Juca disse que a Festeca não tem meio mas do meio me lembro e amo até o fim.
O Juca conta revelções que me deixam nervosa.
Mas aí o Juca passa a mão nos meus cabelos e me diz que vai ficar tudo bem.
O Juca deixa a gente tonto, cansado, suando e com fome.
O Juca deixa a gente louco, insano, cantando até a morte.
O Juca é azul clarinho da cor dos sonhos da minha barraca.
O Juca é nosso.
Chupa Mackenzie. (rs.)
20.5.07
o relógio
Sempre que passávamos ao lado do Relógio, pensávamos como seria legal subir. "Antigamente qualquer um podia entrar, mas eles fecharam depois que uma mulher se jogou de lá".
A greve e a ocupação conseguiram fazer o que muitos almejavam há anos: quebraram a corrente, deixaram uma mensagem e o caminho aberto. Agora, a grande construção vertical convida a todos para conhecer suas entranhas.
Na sexta pós-Junior, somos impelidos para a praça. Damos a volta pelo laguinho e subimos as escadas. Uns passos e passamos pelo portão pichado. A primeira impressão é a de estarmos entrando em uma construção medieval. Vinte e poucos lances de escada estreita, ladeadas por finas estruturas de ferro. A cada dois lances, é preciso parar um pouco. Neste momento, percebo a falta de hemoglobinas e a dificuldade para respirar. A cada subida, um olhar para cima mostra a imensidão que já percorremos e a outra que temos a subir. De vez em quando, pessoas na contramão comentam o fabuloso. Falta um lance e quando chegamos, a surpresa: São Paulo é maravilhosamente linda a noite. É possível olhar 360 graus, como se estivessemos numa bolha no meio da grande cidade. Em um dos lados, a surpresa: o alinhamento perfeito entre Relógio, Avenida e prédio do Unibanco. Logo mais, toda a massa multicolorida de luzes. E nos corredores, estudantes contam suas histórias. Um deles achando perfeito o lugar para se matar, outros, falando que estão ba USP há séculos e que nunca achariam que chegariam ali, outros, só observando.
E quando demos por suficiente nossa estada, descemos com a sensação de uma grande aventura realizada. E no fim comento: "os bixos deveriam vir sempre aqui para conhecer sua faculdade". E ele: "não, vamos guardar só para nós". E eu concordo. Posso bater no peito e me formar tendo subino no Relógio. E não é um grande privilégio?
A greve e a ocupação conseguiram fazer o que muitos almejavam há anos: quebraram a corrente, deixaram uma mensagem e o caminho aberto. Agora, a grande construção vertical convida a todos para conhecer suas entranhas.
Na sexta pós-Junior, somos impelidos para a praça. Damos a volta pelo laguinho e subimos as escadas. Uns passos e passamos pelo portão pichado. A primeira impressão é a de estarmos entrando em uma construção medieval. Vinte e poucos lances de escada estreita, ladeadas por finas estruturas de ferro. A cada dois lances, é preciso parar um pouco. Neste momento, percebo a falta de hemoglobinas e a dificuldade para respirar. A cada subida, um olhar para cima mostra a imensidão que já percorremos e a outra que temos a subir. De vez em quando, pessoas na contramão comentam o fabuloso. Falta um lance e quando chegamos, a surpresa: São Paulo é maravilhosamente linda a noite. É possível olhar 360 graus, como se estivessemos numa bolha no meio da grande cidade. Em um dos lados, a surpresa: o alinhamento perfeito entre Relógio, Avenida e prédio do Unibanco. Logo mais, toda a massa multicolorida de luzes. E nos corredores, estudantes contam suas histórias. Um deles achando perfeito o lugar para se matar, outros, falando que estão ba USP há séculos e que nunca achariam que chegariam ali, outros, só observando.
E quando demos por suficiente nossa estada, descemos com a sensação de uma grande aventura realizada. E no fim comento: "os bixos deveriam vir sempre aqui para conhecer sua faculdade". E ele: "não, vamos guardar só para nós". E eu concordo. Posso bater no peito e me formar tendo subino no Relógio. E não é um grande privilégio?
14.5.07
Não, eu não sou a favor da greve.
Chamem-me reacionária, hipócrita e o caralho a quatro.
Não entendo porque parar tudo é a melhor solução.
Decretos do Serra são horríveis, o Serra é horrível e foi a corja de burguesinhos ricos que fez dele o que hoje é. Um vampiro, sim, mas está no poder não graças a meu voto; posso dormir de consciência limpa.
Agora, se a tia da greve diz que no fundo isso tudo é para o bem de nossos estudantes, vamos ver quando a greve acaba: quando eles receberem reajuste salarial ou quando a educação melhorar. Uma ova!
Eu sou contra também porque, meu nível de educação, que já está precário, tende a ser nulo se eu não puder ter aulas, não puder acessar esse computador do Nica ou quando não puder usar a biblioteca. Além de prejudicar meu bolso, já que não teremos bandejão ou circular.
Mas no fim, que sou? Uma rolha no oceano.
Chamem-me reacionária, hipócrita e o caralho a quatro.
Não entendo porque parar tudo é a melhor solução.
Decretos do Serra são horríveis, o Serra é horrível e foi a corja de burguesinhos ricos que fez dele o que hoje é. Um vampiro, sim, mas está no poder não graças a meu voto; posso dormir de consciência limpa.
Agora, se a tia da greve diz que no fundo isso tudo é para o bem de nossos estudantes, vamos ver quando a greve acaba: quando eles receberem reajuste salarial ou quando a educação melhorar. Uma ova!
Eu sou contra também porque, meu nível de educação, que já está precário, tende a ser nulo se eu não puder ter aulas, não puder acessar esse computador do Nica ou quando não puder usar a biblioteca. Além de prejudicar meu bolso, já que não teremos bandejão ou circular.
Mas no fim, que sou? Uma rolha no oceano.
9.5.07
Café.
Não sei se é por que é nosso segundo, não sei se é por que já sabia fazer aquilo, não sei se é por que queria que fosse perfeito, não sei se é por que estou saindo. O que sei é que dei todo sangue (e a saúde) para vê-lo acontecendo. De descer as cadeiras e colocá-las no lugar, almoçar lanche pequeno e ouvir Hotel California e correr para arrumar as mesas e colocar os queijos e comer os queijos e separar 5 garfos e 5 colheres e 4 pratinhos e 3 pratinhos e tirar os 3 pratinhos porque só eram 4 e meu deus cadê os triângulos, não são triângulos são cilindros e tomar 3 red bull e 2 litros de água. Quando ele chega, nossa que alto. Não fui recepcioná-lo, dessa vez não era meu. E ele conta mil histórias e eu não ouço porque é assim mesmo, coisas para organizar e de vez em quando me abaixo e abraço forte aquele que me abraça de volta e faz parecer o mundo muito confortável. Depois fico na frente, dessa vez ouvindo, só podia eu não ouvir. E fico com cara de salvem-me quando ele me olha para mudar as fotos e ele conta dos filhos desenterrando o tesouro. E depois da foto tudo míope, quero autógrafo de boba que sou, acho que para tornar aquilo mais intenso. E vou com ele para a ECA e falo besteiras, que horrível, haha. E ele assina meu papel tudo tremendo e desce e me diz tchau. Depois vai embora na moto, mobilete e eu ligo para minha mãe - tô do lado do Amyr. Uma dor de cabeça gigante lateja, lateja, lateja, vai estourar. De volta arruma tudo, arrumo nada, já deu o que tinha que dar. Mas mesmo assim rio ao ver o pega-pega, pula-pirata, corrida de caixas e apaga a luz. Porque essa é a minha gestão, essa é minha família, esses são meus amigos. E hoje começa inscrição do processo, já tá acabando e eu quero que os últimos meses sejam tão intensos como o arrumar para o café, parabéns para o café. E que essas pessoas sejam de mim parte integrante e que o sorriso nunca falte e a calma sempre reine.
Amyr, obrigada.
ECA Jr. obrigada pela dor de cabeça e cansaço mental. A dor latente é tão intensa quanto a pulsação do meu coração.
Amyr, obrigada.
ECA Jr. obrigada pela dor de cabeça e cansaço mental. A dor latente é tão intensa quanto a pulsação do meu coração.
30.4.07
Estar em Suzano em um dia comum à tarde me faz lembrar de dois anos atrás, pipoca, filme B e ócio. É bom estar em casa, é bom ver meus pais e meus irmãos. Ficar, não só estar de passagem. Por que o que eu tenho na grande São Paulo? Tenho nada, sou nada. Aqui sinto que sou, sinto-me viva.
É cada vez maior a vontade de cortar os laços. Afinal, o que posso eu saber? Nada.
Estou de coração partido e alma inquieta.
2 paroxetinas.
Dê-me tempo para construir minha caverna.
Onde só eu terei a chave.
Onde só eu poderei habitar.
Mais ninguém.
É cada vez maior a vontade de cortar os laços. Afinal, o que posso eu saber? Nada.
Estou de coração partido e alma inquieta.
2 paroxetinas.
Dê-me tempo para construir minha caverna.
Onde só eu terei a chave.
Onde só eu poderei habitar.
Mais ninguém.
25.4.07
19.4.07
A vontade de cair num canto e lá ficar, vendo o mundo passar, é sinal de que ou estou sub ou sobrecarregada. Aposto na segunda opção. O peso do tempo e de seus preenchimentos não dá descanso, é implacável e impiedoso. Sabe do mais? Há tempo. Tempo sentada, na frente da TV, tempo olhando para o teto, tempo vendo perfis do Orkut. Sim, um subtempo de uma subvida subaproveitada. Isso é tempo de sobra ou tempo amargo com gosto de cabo de guarda-chuva?
Um cara muito barbudo ancião da montanha me disse: cê tá pilhada! Pois é, 7 páginas do explorer, 2 de word e mais 2 salvas no Mp3. Pilhada? Sei lá, pilhada é pouco.
Neste momento não consigo tomar decisões simples. Casa ou festa, pão de queijo ou tapioca, trabalho do agnaldo ou trabalho da Immacolata. Nem nada anda simples. Nada é profundo. Meu quarto tá um caos, ok, joga tudo dentro do armário. Minha mãe está em prantos, ok, fala com ela o que ela quer ouvir. Meu pai tá mudando, ok, é direito dele. Não tenho tempo para falar com meu namorado, ok, você terá um dia. Estou com anemia, ok, toma Sustagen. Não é assim que acontece eu sei, não é assim.
E o futuro? Final da gestão tá aí. Você será uma mãe júnior. Terá filhos lindinhos. E aí? Chego em setembro, pego minha agenda no escaninho e verifico os emails? Convesa fiada com criações, turismo, adm e rp? Nada disso menina, you´re fired. You´re out. A correnteza corre e você se agarra nos galhos.
Jogada na calçada esperando a próxima oportunidade. Nada tão belo como um MEJ, nada tão rico como você queria. Mas o que você quer? Hein? Você sabe o que quer ser? Diretora de arte, você vê o quanto ele pena. Fotógrafa, cadê sua câmera? O que, atendente das Casas Bahia? Talvez, sei lá, quem sabe.
E cadê sua mãe com leitinho quente? Cadê seu pai com sorvete e cafuné? Cadê seus irmãos e o enchimento de saco legal? Cadê seus livros, cadê sua cama, cadê seu cachorro? Estão em sonhos ou jogados a quilometros de distância. Agora o que te sobrou foi um quarto emprestado e coisas que não são suas. Uma mãe que não é sua. Cachorros de rua que duram um segundo. E a mesma solidão de sempre, antes de dormir.
Chega. Chega deste post.
Quem leu e entendeu que me ajude.
Um cara muito barbudo ancião da montanha me disse: cê tá pilhada! Pois é, 7 páginas do explorer, 2 de word e mais 2 salvas no Mp3. Pilhada? Sei lá, pilhada é pouco.
Neste momento não consigo tomar decisões simples. Casa ou festa, pão de queijo ou tapioca, trabalho do agnaldo ou trabalho da Immacolata. Nem nada anda simples. Nada é profundo. Meu quarto tá um caos, ok, joga tudo dentro do armário. Minha mãe está em prantos, ok, fala com ela o que ela quer ouvir. Meu pai tá mudando, ok, é direito dele. Não tenho tempo para falar com meu namorado, ok, você terá um dia. Estou com anemia, ok, toma Sustagen. Não é assim que acontece eu sei, não é assim.
E o futuro? Final da gestão tá aí. Você será uma mãe júnior. Terá filhos lindinhos. E aí? Chego em setembro, pego minha agenda no escaninho e verifico os emails? Convesa fiada com criações, turismo, adm e rp? Nada disso menina, you´re fired. You´re out. A correnteza corre e você se agarra nos galhos.
Jogada na calçada esperando a próxima oportunidade. Nada tão belo como um MEJ, nada tão rico como você queria. Mas o que você quer? Hein? Você sabe o que quer ser? Diretora de arte, você vê o quanto ele pena. Fotógrafa, cadê sua câmera? O que, atendente das Casas Bahia? Talvez, sei lá, quem sabe.
E cadê sua mãe com leitinho quente? Cadê seu pai com sorvete e cafuné? Cadê seus irmãos e o enchimento de saco legal? Cadê seus livros, cadê sua cama, cadê seu cachorro? Estão em sonhos ou jogados a quilometros de distância. Agora o que te sobrou foi um quarto emprestado e coisas que não são suas. Uma mãe que não é sua. Cachorros de rua que duram um segundo. E a mesma solidão de sempre, antes de dormir.
Chega. Chega deste post.
Quem leu e entendeu que me ajude.
2.4.07
Querô
Querô não é bonito. É feio. Não é fácil. É difícil. Não é leve. É denso. É um soco no estômago.
Querô é o motivo pelo qual você mora no Jardins e estuda na USP. É o motivo pelo qual você não ouve hip-hop e gosta de art pop.
Querô é filho de mãe puta que morreu porque bebeu querosene achando que era cachaça. Querô quer que as coisas sejam bonitas como num romance mas tem os olhos cheios de lembranças de filme de terror.
E o pior é saber que tudo aquilo incomoda porque é verdade. Incomoda porque é a mais dura, crua e fria realidade. E se realidade não é uma palavra que pese tanto, assista Querô.
No fim, Querô me olha nos olhos sorrindo sua vitória.
Vejo Cao olhá-lo como quem olha um diamante. E realmente ele o é.
E, em meio a canapés e champagne, está o carcereiro e sua mãe, os garotos perdidos e seus bonés, a menina cantora e sua beleza e os Jardins e a art pop. Porque Querô é pop, mas Querô nasceu numa noite suja e anda perdido pelo mundo.
28.3.07
Sobre Cocas e vulcões
A Coca gelada faz de mim um ser menos triste.
A Té realmente tem essa teoria.
A Gábe diz que Coca é o oposto de bandex.
E é mesmo.
Aos poucos, vou percebendo as dimensões de minha ilha e o quão grande ela é. Maior ainda é o mar que a cerca, gigantesco. Nela, muitos abarcam por pouco tempo, vêm tirar umas fotos ou passar as férias. Quando ficam muito, a ilha simplesmente desaparece debaixo de seus pés e os fazem cair na água.
Algumas pessoas, pelo contrário, recebem o "golden ticket" e são sempre bem-vindas na minha ilha. É engraçado que umas pegam o caminho de casa e não aparecem por bastante tempo, mas quando voltam a ilha está ainda lá, sólida.
No entanto, minha ilha tem setores. Muitos dos que tem o ticket dourado só permanecem na orla; alguns passeiam pelas cachoeiras, mas só pouquíssimos, poucos mesmo, visitam o coração da minha ilha e vêem o vulcão revolto que há escondido lá. Para estes, minha ilha não tem segredos.
Uma coisa digo a vocês, e esta é de graça e talvez sem graça: meu vulcão se acalma quando alimentado de Coca. Principalmente num dia de sol, como este.
A Té realmente tem essa teoria.
A Gábe diz que Coca é o oposto de bandex.
E é mesmo.
Aos poucos, vou percebendo as dimensões de minha ilha e o quão grande ela é. Maior ainda é o mar que a cerca, gigantesco. Nela, muitos abarcam por pouco tempo, vêm tirar umas fotos ou passar as férias. Quando ficam muito, a ilha simplesmente desaparece debaixo de seus pés e os fazem cair na água.
Algumas pessoas, pelo contrário, recebem o "golden ticket" e são sempre bem-vindas na minha ilha. É engraçado que umas pegam o caminho de casa e não aparecem por bastante tempo, mas quando voltam a ilha está ainda lá, sólida.
No entanto, minha ilha tem setores. Muitos dos que tem o ticket dourado só permanecem na orla; alguns passeiam pelas cachoeiras, mas só pouquíssimos, poucos mesmo, visitam o coração da minha ilha e vêem o vulcão revolto que há escondido lá. Para estes, minha ilha não tem segredos.
Uma coisa digo a vocês, e esta é de graça e talvez sem graça: meu vulcão se acalma quando alimentado de Coca. Principalmente num dia de sol, como este.
24.3.07
O gato
Clara queria um poodle. Mas no Natal de 95, nos braços de sua mãe, estava um gato. Por exatos 52 milésimos de segundo, as paredes de sua casa ficaram verde-musgo e seu corpo mais pesado do que o de um elefante. Depois disso, abriu um sorriso e disse "adorei".
Enquanto o gato lambia seu pé, Clara pensava em coisas bonitas. Porque na verdade estava triste com aquele gato, queria um poodle, sempre quis um poodle branco. Ela pensava que na verdade não deveria merecer um poodle, ou, melhor, um poodle não a devia merecer. Pensava ainda que o gato se parecia mais com ela, que a mãe com certeza escolhera o melhor para a filha.
No verão de 96, a família de Clara foi para a praia. A menina, já apegada ao gato, insistira para que o levassem. O bicho fora aos poucos incorporado a ela; todos os dias lhe servia leite, fazia carinho e levava para passear. De coleira. Todo mundo achava estranho a mania da garota, mas ela afirmava ser mais legal assim.
As aulas de Clara recomeçaram e ela começou a perceber o quanto aquele gato a incomodava. Ele não era de todo bonito, não tinha pêlos o suficiente, só sabia pular nas coisas e miar agudo. Mas Clara ainda tinha esperanças de se adaptar.
Um dia, durante a aula de história, Carol virou-se para trás e contou a Clara que ganhara um cachorro. Naquele mesmo dia, as duas foram à casa da amiga para ver Spok, um labrador marrom-claro e bobo. Clara ficou quase a tarde inteira brincando com ele; o sol torrava-lhe inteira, mas a menina não se importava.
Ao abrir a porta de casa, Clara avistou o gato. Ele veio para junto de sua perna, mas a menina olhou-o com cara de desgosto. Naquela noite, não jantou direito.
Depois disso, o gato ficou cada vez mais mal cuidado. Clara sempre se esquecia do leite, do carinho e da coleira. Até que um dia o gato saiu de casa sem ela perceber e nunca mais voltou. Talvez tenha morrido, mas Clara chorou apenas por 52 milésimos de segundo.
Na manhã do Natal de 96 Clara acordou com algo gelado tocando seu pé. Era um poodle branco que lhe sorria com a boca aberta. A menina mal pôde acreditar.
De vez em quando ela se perguntava aonde estava o gato. Mas era um pensamento rápido, porque logo depois se lembrava de levar o poodle para passear. De coleira.
No Natal de 2006, o poodle fez dez anos. E, mesmo cheia de trabalhos da faculdade, Clara fez uma festa para ele.
Um dia desses, ela reencontrou Carol na rua. Perguntara-lhe do labrador. Havia doado para um parente. Clara pensou mal de Carol, mas percebeu que na verdade nem todo mundo gostava de cachorros como ela. Percebeu ainda que nem sempre os pais acertam na escolha. Mas não é por falta de amor que fazem isso. É por simples vontade de alegrar, mesmo que façam tristes e cansados seus filhos por algum tempo.
Enquanto o gato lambia seu pé, Clara pensava em coisas bonitas. Porque na verdade estava triste com aquele gato, queria um poodle, sempre quis um poodle branco. Ela pensava que na verdade não deveria merecer um poodle, ou, melhor, um poodle não a devia merecer. Pensava ainda que o gato se parecia mais com ela, que a mãe com certeza escolhera o melhor para a filha.
No verão de 96, a família de Clara foi para a praia. A menina, já apegada ao gato, insistira para que o levassem. O bicho fora aos poucos incorporado a ela; todos os dias lhe servia leite, fazia carinho e levava para passear. De coleira. Todo mundo achava estranho a mania da garota, mas ela afirmava ser mais legal assim.
As aulas de Clara recomeçaram e ela começou a perceber o quanto aquele gato a incomodava. Ele não era de todo bonito, não tinha pêlos o suficiente, só sabia pular nas coisas e miar agudo. Mas Clara ainda tinha esperanças de se adaptar.
Um dia, durante a aula de história, Carol virou-se para trás e contou a Clara que ganhara um cachorro. Naquele mesmo dia, as duas foram à casa da amiga para ver Spok, um labrador marrom-claro e bobo. Clara ficou quase a tarde inteira brincando com ele; o sol torrava-lhe inteira, mas a menina não se importava.
Ao abrir a porta de casa, Clara avistou o gato. Ele veio para junto de sua perna, mas a menina olhou-o com cara de desgosto. Naquela noite, não jantou direito.
Depois disso, o gato ficou cada vez mais mal cuidado. Clara sempre se esquecia do leite, do carinho e da coleira. Até que um dia o gato saiu de casa sem ela perceber e nunca mais voltou. Talvez tenha morrido, mas Clara chorou apenas por 52 milésimos de segundo.
Na manhã do Natal de 96 Clara acordou com algo gelado tocando seu pé. Era um poodle branco que lhe sorria com a boca aberta. A menina mal pôde acreditar.
De vez em quando ela se perguntava aonde estava o gato. Mas era um pensamento rápido, porque logo depois se lembrava de levar o poodle para passear. De coleira.
No Natal de 2006, o poodle fez dez anos. E, mesmo cheia de trabalhos da faculdade, Clara fez uma festa para ele.
Um dia desses, ela reencontrou Carol na rua. Perguntara-lhe do labrador. Havia doado para um parente. Clara pensou mal de Carol, mas percebeu que na verdade nem todo mundo gostava de cachorros como ela. Percebeu ainda que nem sempre os pais acertam na escolha. Mas não é por falta de amor que fazem isso. É por simples vontade de alegrar, mesmo que façam tristes e cansados seus filhos por algum tempo.
19.3.07
O instante
O exato momento em que você olha para o lado é o exato momento que você percebe que há mais gente em volta.
Quando uma gota de água toca o solo, um milhão de notas coloridas se espalham pelo ar, milhões de beijos enriquecem milhões de corações, muitas mortes fazem vários chorar, vidas recém-chegadas trazem a esperança de volta e você não evolui um centímetro.
Por mais que pudéssemos ver tudo o tempo todo, não conseguiríamos prever o próximo instante.
O homem traz consigo os anos passados e leva consigo um milésimo de segundo.
Somos nada mais do que poeira e resto de estrela.
Quando tudo parece intocável é quando querem enfiar o dedo no bolo.
Se o tempo escorre como areia é porque se está fazendo bom ou mau uso dele?
Em volta tem gente de todo tipo, saem umas, chegam outras e você continua parado.
Olhar o alheio é criticar o próprio.
De tudo isso, pode sair uma flor bela de origami ou uma bola feia de papel, feita para jogar no cesto.
No momento em que você ri da comédia boba é que você percebe o quão inútil é este instante. Mas muitas vezes, sem o momento inútil não haveria futuro seguro, tudo seria automático como um liquidificador.
Às vezes o que se sente é uma dor grande de medo do futuro, de raiva do presente e de ódio do passado. Mas depois você vê que não é uma bola de pêlos e que está exagerando.
E, enquanto o liquidificador gira, enquanto todos morrem e nascem, eu quero pintar o céu de cor-de-rosa. Eu quero pular bem alto e correr por cima dos telhados, quero tocar as estrelas com o indicador e quero descansar em Bora-Bora. Depois de desligar minha aurora boreal.
Quando uma gota de água toca o solo, um milhão de notas coloridas se espalham pelo ar, milhões de beijos enriquecem milhões de corações, muitas mortes fazem vários chorar, vidas recém-chegadas trazem a esperança de volta e você não evolui um centímetro.
Por mais que pudéssemos ver tudo o tempo todo, não conseguiríamos prever o próximo instante.
O homem traz consigo os anos passados e leva consigo um milésimo de segundo.
Somos nada mais do que poeira e resto de estrela.
Quando tudo parece intocável é quando querem enfiar o dedo no bolo.
Se o tempo escorre como areia é porque se está fazendo bom ou mau uso dele?
Em volta tem gente de todo tipo, saem umas, chegam outras e você continua parado.
Olhar o alheio é criticar o próprio.
De tudo isso, pode sair uma flor bela de origami ou uma bola feia de papel, feita para jogar no cesto.
No momento em que você ri da comédia boba é que você percebe o quão inútil é este instante. Mas muitas vezes, sem o momento inútil não haveria futuro seguro, tudo seria automático como um liquidificador.
Às vezes o que se sente é uma dor grande de medo do futuro, de raiva do presente e de ódio do passado. Mas depois você vê que não é uma bola de pêlos e que está exagerando.
E, enquanto o liquidificador gira, enquanto todos morrem e nascem, eu quero pintar o céu de cor-de-rosa. Eu quero pular bem alto e correr por cima dos telhados, quero tocar as estrelas com o indicador e quero descansar em Bora-Bora. Depois de desligar minha aurora boreal.
14.3.07
Banana Pancakes
Can't you see that it is just raining?
There ain't no need to go outside
But baby,
You hardly even notice
When I try to show you it
Song it’s meant to keep you
doing what you’re supposed to
waking up too early
Maybe we could sleep in
I’ll make you banana pancakes
Pretend like it’s the weekend now
And we could pretend it all the time
Can’t you see that it's just raining
There ain’t no need to go outside
But just maybe, hala ka ukulele
Mama made a baby
Really don’t mind the practice
cause' you’re my little lady
Lady, lady love me
cause' I love to lay you lazy
We could close the curtains
Pretend like there is no world outside
And we could pretend it all the time
Can’t you see that it’s just raining?
There ain’t no need to go outside
Ain’t no need, ain’t no need
Can’t you see? can’t you see?
Rain all day and I don’t mind
Telephone singing, ringing, it is too early
Don’t pick it up
We don’t need to
We got everything we need right here
And everything we need is enough
Just so easy
When the whole world fits inside of your arms
Do we really need to pay attention to the alarm
Wake up slow, wake up slow
But baby, you hardly even notice
When I try to show you it
Song it’s meant to keep you
doing what you’re supposed to
Waking up too early
Maybe we could sleep in
I’ll make you banana pancakes
Pretend like it’s the weekend now
And we could pretend it all the time
Can’t you see that it’s just raining
There ain’t no need to go outside
Ain’t no need, ain’t no need
Rain all day and I really really really don’t mind
Can’t you see? can’t you see?
We’ve got to wake up slow
There ain't no need to go outside
But baby,
You hardly even notice
When I try to show you it
Song it’s meant to keep you
doing what you’re supposed to
waking up too early
Maybe we could sleep in
I’ll make you banana pancakes
Pretend like it’s the weekend now
And we could pretend it all the time
Can’t you see that it's just raining
There ain’t no need to go outside
But just maybe, hala ka ukulele
Mama made a baby
Really don’t mind the practice
cause' you’re my little lady
Lady, lady love me
cause' I love to lay you lazy
We could close the curtains
Pretend like there is no world outside
And we could pretend it all the time
Can’t you see that it’s just raining?
There ain’t no need to go outside
Ain’t no need, ain’t no need
Can’t you see? can’t you see?
Rain all day and I don’t mind
Telephone singing, ringing, it is too early
Don’t pick it up
We don’t need to
We got everything we need right here
And everything we need is enough
Just so easy
When the whole world fits inside of your arms
Do we really need to pay attention to the alarm
Wake up slow, wake up slow
But baby, you hardly even notice
When I try to show you it
Song it’s meant to keep you
doing what you’re supposed to
Waking up too early
Maybe we could sleep in
I’ll make you banana pancakes
Pretend like it’s the weekend now
And we could pretend it all the time
Can’t you see that it’s just raining
There ain’t no need to go outside
Ain’t no need, ain’t no need
Rain all day and I really really really don’t mind
Can’t you see? can’t you see?
We’ve got to wake up slow
13.3.07
Digamos assim, que o transporte público está me deixando bem irritada atualmente.
Bom, não na hora de voltar, mas na hora de ir.
É a hora em que todos os bixos, mais os veteranos, mais os quase-jubilados se espremem em poucos metros cúbicos de lata laranja (ou azul). Hum, e mais a galera do HU.
No mais, estou há muito querendo refletir sobre algo longamente aqui. Mas não consigo arranjar tempo. Às vezes parece que meu remédio anti-ansiedade não está funcionando, porque parece que tudo vai explodir.
E ainda, ando mais dura que nunca. No money. No nothing, baby.
Mas gosto de uma coisa, bastantão. Gosto daquela maloca, saudosa maloca.
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz da nossa vida.
Bom, não na hora de voltar, mas na hora de ir.
É a hora em que todos os bixos, mais os veteranos, mais os quase-jubilados se espremem em poucos metros cúbicos de lata laranja (ou azul). Hum, e mais a galera do HU.
No mais, estou há muito querendo refletir sobre algo longamente aqui. Mas não consigo arranjar tempo. Às vezes parece que meu remédio anti-ansiedade não está funcionando, porque parece que tudo vai explodir.
E ainda, ando mais dura que nunca. No money. No nothing, baby.
Mas gosto de uma coisa, bastantão. Gosto daquela maloca, saudosa maloca.
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz da nossa vida.
5.3.07
Pois é.
Não sei, às vezes está tudo muito quente e abafado. Verão, eles dizem.
Num dia como este, primeiro dia de volta à bagunça, vejo que tudo parece estar de pernas para o ar.
Acho que devia tomar as rédeas da minha vida, quem sabe fugir, pois não é o que todo mundo está fazendo?
A única coisa certa é que desta vez quero fazer acontecer. Por isso mesmo estou aqui.
É, não possuo nem metade das coisas que tenho.
Num dia quente, a cabeça parece funcionar devagar.
Os europeus tinham uma teoria de que quanto mais quente o país, menor sua produção intelectual. Fuck them.
Não preciso de neve para pensar, mas preciso de um banho, urgente.
O que mais me incomoda é essa sensação chata.
Ha, vocês nem desconfiam.
Porque deixa aberto?
Hum, tô parecendo um doido que nem eu mesmo admiro.
O que será daqui a vinte anos?
Agora, estou querendo ir para Babylon.
Comprar o que houver, au revoir ralé
Finesse s'il vous plait mon dieu je t'aime glamour
Manhattan by night
Passear de iate nos mares do pacífico sul
Não sei, às vezes está tudo muito quente e abafado. Verão, eles dizem.
Num dia como este, primeiro dia de volta à bagunça, vejo que tudo parece estar de pernas para o ar.
Acho que devia tomar as rédeas da minha vida, quem sabe fugir, pois não é o que todo mundo está fazendo?
A única coisa certa é que desta vez quero fazer acontecer. Por isso mesmo estou aqui.
É, não possuo nem metade das coisas que tenho.
Num dia quente, a cabeça parece funcionar devagar.
Os europeus tinham uma teoria de que quanto mais quente o país, menor sua produção intelectual. Fuck them.
Não preciso de neve para pensar, mas preciso de um banho, urgente.
O que mais me incomoda é essa sensação chata.
Ha, vocês nem desconfiam.
Porque deixa aberto?
Hum, tô parecendo um doido que nem eu mesmo admiro.
O que será daqui a vinte anos?
Agora, estou querendo ir para Babylon.
Comprar o que houver, au revoir ralé
Finesse s'il vous plait mon dieu je t'aime glamour
Manhattan by night
Passear de iate nos mares do pacífico sul
4.3.07
Mãe #2
Dizem que ela está velha.
Dizem que está caduca.
Que nunca está satisfeita.
Que gosta sempre de complicar.
Mas eu acho ela demais.
Acho divertida.
Esperta.
Sim, fala bobagens, mas aí está o charme.
Agradeço por você não ter ido.
E por, mesmo envolta a frases grosseiras, sorrir devagar pra mim.
E esse sorriso é inestimável.
Sem ele não saberia....
Sem ele, acho que tudo ficaria cinza.
Dizem que está caduca.
Que nunca está satisfeita.
Que gosta sempre de complicar.
Mas eu acho ela demais.
Acho divertida.
Esperta.
Sim, fala bobagens, mas aí está o charme.
Agradeço por você não ter ido.
E por, mesmo envolta a frases grosseiras, sorrir devagar pra mim.
E esse sorriso é inestimável.
Sem ele não saberia....
Sem ele, acho que tudo ficaria cinza.
23.2.07
Ouço o tica-tac do relógio. As pessoas querem saber se estamos vivos. Na verdade, vêm até aqui verificar.
A burocracia deixa a gente doido. Não se é possível fazer isso ou aquilo porque eles perderam minha foto. Ou venderam para o mercado negro de pulgas.
Um coelho ou um cachorro. Era tudo que eu queria. No entanto, não há sinal. Só aquele repetido e chato.
Da última vez que chorou, o outro disse que não entendia e foi embora. Ficou com medo de chorar e não ser entendida, mas desta vez o rapaz, não o outro, a abraçou. Seu universo clareou-se por 2 segundos até ela derrapar no chão. Mas até que foi engraçado.
Eu queria estar mais em casa, queria estar com eles. Mas eu sei como é estar e prefiro fugir. Se pelo menos houvesse menos quilômetros entre os dois...
A burocracia deixa a gente doido. Não se é possível fazer isso ou aquilo porque eles perderam minha foto. Ou venderam para o mercado negro de pulgas.
Um coelho ou um cachorro. Era tudo que eu queria. No entanto, não há sinal. Só aquele repetido e chato.
Da última vez que chorou, o outro disse que não entendia e foi embora. Ficou com medo de chorar e não ser entendida, mas desta vez o rapaz, não o outro, a abraçou. Seu universo clareou-se por 2 segundos até ela derrapar no chão. Mas até que foi engraçado.
Eu queria estar mais em casa, queria estar com eles. Mas eu sei como é estar e prefiro fugir. Se pelo menos houvesse menos quilômetros entre os dois...
22.2.07
historinhas
Por mais que quisesse escrever sobre aquilo, Clarice preferiu guardar para si. Abriu o diário e folheou. Não havia nada de interessante desde abril. Então contemplou a página em branco que pedia escrita e decidiu pensar no foco daquele relato.
Enquanto isso, um homem virava a esquina. Era alto e magro, nas mãos uma revista de engenharia. Olhou para o relógio e contastou o atraso. Margarida ficaria furiosa. Apressou o passo.
Do outro lado da rua, um gato observava o céu deitado de costas. Ele rolava de um lado para o outro e, cada vez que uma das patinhas tocava o solo, ele jogava o peso do corpo para o outro lado e assim balançava devagar, olhinhos semi-abertos, sombrinha semi-fresca.
Clarice precisou apenas de três palavras: um+dia+inesquecível. Sorriu e, antes de fechar o caderno, pegou um pedaço de papel onde Christian estava escrito acima de um número de telefone. A garota suspirou e pensou em não ligar. Porque ele não ligaria. Quis rasgar o diário. Mas guardou o papelzinho e fechou.
Margarida mexia a sopa como quem bate carne. Um pouco espirrou em seu rosto e quis gritar seu ódio a André. Em vez disso, limpou o líquido quente com a camisa branca. "Que se dane". A campainha tocou e era ele. Embaixo do braço, a engenharia. "Pois então estava na banca e isso era mais importante???". "Não, eu sou ruim com horários". André tentou abraçá-la, mas a mulher bufou e virou de costas.
O gato de rua abriu os olhinhos mais uma vez enquanto dançava deitado. Um cheiro de comida ao longe o fez levantar. Andou três passinhos e parou. Estava pisando em mármore geladinho. Deitou novamente.
O telefone tocou. Era ele?? "Alô, Clarice?" E ela o amou porque ele disse alô.
André sentou na poltrona da sala e decidiu que iria embora. Olhou para o quadro na parede: Búzios, 1997. Quis ficar, mas não poderia viver assim, por mais que a quisesse muito. Na cozinha, a pranto quieto, estava Margarida. Ela só queria se sentir amada nas horas em que não fosse preciso. Queria a surpresa constante, o frio na barriga. E André só lhe aparecia na hora marcada, senão atrasada, com a mesma cara, com o mesmo terno marrom.
Uma perna a dois metros despertou seus desejos felinos mais íntimos. Levantou, andou sorrateiro até seu alvo e lá encostou. A perna reagiu fortemente e o gato voou longe. Mas como havia muita sombra e muito chão geladinho, ele nem se importou.
Enquanto isso, um homem virava a esquina. Era alto e magro, nas mãos uma revista de engenharia. Olhou para o relógio e contastou o atraso. Margarida ficaria furiosa. Apressou o passo.
Do outro lado da rua, um gato observava o céu deitado de costas. Ele rolava de um lado para o outro e, cada vez que uma das patinhas tocava o solo, ele jogava o peso do corpo para o outro lado e assim balançava devagar, olhinhos semi-abertos, sombrinha semi-fresca.
Clarice precisou apenas de três palavras: um+dia+inesquecível. Sorriu e, antes de fechar o caderno, pegou um pedaço de papel onde Christian estava escrito acima de um número de telefone. A garota suspirou e pensou em não ligar. Porque ele não ligaria. Quis rasgar o diário. Mas guardou o papelzinho e fechou.
Margarida mexia a sopa como quem bate carne. Um pouco espirrou em seu rosto e quis gritar seu ódio a André. Em vez disso, limpou o líquido quente com a camisa branca. "Que se dane". A campainha tocou e era ele. Embaixo do braço, a engenharia. "Pois então estava na banca e isso era mais importante???". "Não, eu sou ruim com horários". André tentou abraçá-la, mas a mulher bufou e virou de costas.
O gato de rua abriu os olhinhos mais uma vez enquanto dançava deitado. Um cheiro de comida ao longe o fez levantar. Andou três passinhos e parou. Estava pisando em mármore geladinho. Deitou novamente.
O telefone tocou. Era ele?? "Alô, Clarice?" E ela o amou porque ele disse alô.
André sentou na poltrona da sala e decidiu que iria embora. Olhou para o quadro na parede: Búzios, 1997. Quis ficar, mas não poderia viver assim, por mais que a quisesse muito. Na cozinha, a pranto quieto, estava Margarida. Ela só queria se sentir amada nas horas em que não fosse preciso. Queria a surpresa constante, o frio na barriga. E André só lhe aparecia na hora marcada, senão atrasada, com a mesma cara, com o mesmo terno marrom.
Uma perna a dois metros despertou seus desejos felinos mais íntimos. Levantou, andou sorrateiro até seu alvo e lá encostou. A perna reagiu fortemente e o gato voou longe. Mas como havia muita sombra e muito chão geladinho, ele nem se importou.
14.2.07
7.2.07
A garota cor-de-rosa beija o travesseiro e deseja sentir aquele cheiro no sapato, na escova de dentes, na televisão e no sofá.
Quando o despertador toca, ela espera aqueles olhos fechados.
No ônibus, a lembrança constante é acentuada pelo som da melodia cotidiana (especial).
O andar ela já decorou. Como movimenta os ombros e olha para baixo pensando na vida.
Sabe do sorriso, ela já é expert.
Mas a cada vez que sorri, é como se fosse novo, como naquela noite depois do cinema ou naquela manhã de fevereiro.
E quando vai embora, gosta de pegar na mão e olhar com carinho. Até o dedinho. Mas depois de dois dias de distância dos dedos ela já começa a se sentir como um pão mofado.
E se o cheiro está no sofá ou no sapato ou na tv ou na escova de dentes, ela quer o travesseiro recém-amassado no lado oposto à sua cabeça.
Ver o movimento dos ombros.
Beijar a face docemente.
E fazer qualquer coisa ao seu lado que dure entre um segundo e uma eternidade.
Quando o despertador toca, ela espera aqueles olhos fechados.
No ônibus, a lembrança constante é acentuada pelo som da melodia cotidiana (especial).
O andar ela já decorou. Como movimenta os ombros e olha para baixo pensando na vida.
Sabe do sorriso, ela já é expert.
Mas a cada vez que sorri, é como se fosse novo, como naquela noite depois do cinema ou naquela manhã de fevereiro.
E quando vai embora, gosta de pegar na mão e olhar com carinho. Até o dedinho. Mas depois de dois dias de distância dos dedos ela já começa a se sentir como um pão mofado.
E se o cheiro está no sofá ou no sapato ou na tv ou na escova de dentes, ela quer o travesseiro recém-amassado no lado oposto à sua cabeça.
Ver o movimento dos ombros.
Beijar a face docemente.
E fazer qualquer coisa ao seu lado que dure entre um segundo e uma eternidade.
6.2.07
3 dias
Toca Taj Mahal e os cinco começam a dançar. Sentada num canto e pensando em sono, ela observa sem achar graça. A mão no joelho dobrado, o rosto virado de lado. É então que vê amigos e quer fazer parte deles. Levanta devagar e aos cinco se junta. De repente, tudo aquilo faz sentido. Vibra-se. Enlouquece-se. De fora, um monte de doidos. E os seis se abraçaram porque estão felizes em estarem juntos. E a música tem 10 minutos, uma disse. Tem mesmo. Perfeito, repete aí.
O sereno começa a cair e a molhar a bag. Todos estão beubos de beuja pilse. Se não de pilse, de vodka, oh palavra perfeita para os beubos. Não, vóudka, presta atenção. Um deles está psicografing e a outra está espantando os lobos. Um bando de beubo, afinal. Ela olha pra cima e se assusta. Corre, corre, porque tem gente aí!
Eles se reúnem para as fotos. Sorrisos, a câmera dispara cinco em sequência. São vinte que, juntas, mostram amizade, essas coisas que um deles quis ensinar no dia anterior. Tchau, até amanhã. Planos para mais uma no final de semana que vem. Mas não é assim, a gente sabe que não dá. Mas pode imaginar. Um dia feliz. Três dias felizes.
O sereno começa a cair e a molhar a bag. Todos estão beubos de beuja pilse. Se não de pilse, de vodka, oh palavra perfeita para os beubos. Não, vóudka, presta atenção. Um deles está psicografing e a outra está espantando os lobos. Um bando de beubo, afinal. Ela olha pra cima e se assusta. Corre, corre, porque tem gente aí!
Eles se reúnem para as fotos. Sorrisos, a câmera dispara cinco em sequência. São vinte que, juntas, mostram amizade, essas coisas que um deles quis ensinar no dia anterior. Tchau, até amanhã. Planos para mais uma no final de semana que vem. Mas não é assim, a gente sabe que não dá. Mas pode imaginar. Um dia feliz. Três dias felizes.
30.1.07
Baixando nessa velocidade eu não ouço nada nunca!
Porque a música deve ser compartilhada e não apenas pelos programas de compartilhamento ou pelo cara que vende na calçada nem apenas pela gravadora que faz cds que depois vende os cds. Deve ser colocada nas ruas enquanto as pessoas estão paradas no trânsito. Deve ser colocada nos estádios de futebol para animar a torcida. Deve ser implantada como um chip que a gente escolhe de acordo com o estado de espírito.
A música deve estar aí o tempo todo.
Não só nas buzinas, não só no martelo, não só no motor do carro, não só no Faustão gravado com guitarra sem cabo no amplificador.
Deve estar no meu m.p.3, no seu i.p.o.d, no seu w.a.l.k.m.a.n.
Porque deveríamos fazer uma revolução imediata.
Deveríamos pôr fogo nas ruas e quebrar as vitrines.
E depois deveríamos pular como macacos e coçar a cabeça.
Porque é assim que eu imagino.
E daí roubaríamos o .mp3 de ouro.
E ficaríamos ricos.
E fugiríamos para o México.
E lá tomaríamos uns goró.
Porque a música deve ser compartilhada e não apenas pelos programas de compartilhamento ou pelo cara que vende na calçada nem apenas pela gravadora que faz cds que depois vende os cds. Deve ser colocada nas ruas enquanto as pessoas estão paradas no trânsito. Deve ser colocada nos estádios de futebol para animar a torcida. Deve ser implantada como um chip que a gente escolhe de acordo com o estado de espírito.
A música deve estar aí o tempo todo.
Não só nas buzinas, não só no martelo, não só no motor do carro, não só no Faustão gravado com guitarra sem cabo no amplificador.
Deve estar no meu m.p.3, no seu i.p.o.d, no seu w.a.l.k.m.a.n.
Porque deveríamos fazer uma revolução imediata.
Deveríamos pôr fogo nas ruas e quebrar as vitrines.
E depois deveríamos pular como macacos e coçar a cabeça.
Porque é assim que eu imagino.
E daí roubaríamos o .mp3 de ouro.
E ficaríamos ricos.
E fugiríamos para o México.
E lá tomaríamos uns goró.
29.1.07
26.1.07
24.1.07
Quando estava na escola, isso acontecia bastante. Era quase semanal, se não diário. A sensação que trás é ruim, quase sempre com boas razões, mas um ato não pensado. Por mais que haja motivos de sobra, que realmente fosse merecido, não deveria ser como foi. Porque, como eu disse pro Denis ontem, parece que no meio de uma guerra de comida, a música pára na hora em que eu arremesso o bolo. Ele disse que é porque é incomum isso partir de mim, que as pessoas têm medo dessa atitude, que neste mundo "devemos" (é nos dito) ser constantes e não agir de acordo com o que estamos sentindo. Se sou calminha, devo ser calminha sempre porque é assim que os outros esperam que eu reaja. E é verdade, a mais pura, se a gente for parar pra pensar. E por mais que a coisa não seja uma tragédia anunciada, como eu estou pintando, isso mexe comigo de um jeito que dá vontade de se esconder, ou de sair por aí sem rumo. Eu não sou melhor nem mais inteligente, nem mais calma, nem mais legal, nem mais especial do que ninguém. Mas de alguma forma, eu penso essas coisas de mim mesma e depois me arrependo. Daí sábias palavras de meu pai vêm a mente. Sábias atitudes de grandes pessoas. Mas eu não deixo de me sentir um sapo, e não deixo de sentir que os outros só observam e tentam se defender como podem, nem que para suas mentes se aliviarem eles mudem o foco da coisa. Porque como eu disse, a música pára comigo e as luzes se acendem sob minha cabeça, os rostos se viram com expressões de horror e eu só posso estar em um filme. Sim, o gigante é menor do que parece. Porém, não podia deixar de expressar aqui o fato. Que acabe aqui, então.
22.1.07
Sentada na frente do que era TV, estão roupas sujas e amassadas.
Não que a alma seja suja e amassada as well, mas não há pique.
Um carro passa na frente de um galo branco. O galo branco abre as asas e tudo vira azul. Quando uma abelha pica o braço do rapaz esquálido, o barulho é grande e ouve-se a risada da maria-sem-vergonha lá no fundo. Quanto mais o amarelo canta tons de laranja, mais um cachorro coça as costas no colchão. Um avião preto então fica manchado de rosa e tudo acaba bem.
Mas daí vem aquele sono bom e a risada boa.
Mas tá vazio? Hum, dorme bem porque amanhã tem reunião.
Não que a alma seja suja e amassada as well, mas não há pique.
Um carro passa na frente de um galo branco. O galo branco abre as asas e tudo vira azul. Quando uma abelha pica o braço do rapaz esquálido, o barulho é grande e ouve-se a risada da maria-sem-vergonha lá no fundo. Quanto mais o amarelo canta tons de laranja, mais um cachorro coça as costas no colchão. Um avião preto então fica manchado de rosa e tudo acaba bem.
Mas daí vem aquele sono bom e a risada boa.
Mas tá vazio? Hum, dorme bem porque amanhã tem reunião.
16.1.07
A graça, já dizia Valfrides (e a saudades daquelas aulas de tarde, no calor infernal, garrafinha d´água, ó Marília, seno sem sono, Dany, Pri, Vivian, ônibus, fisioterapia), a graça é esconder sempre um pouco, um sorriso, um segredo, um pensamento. É não mostrar tudo. É despertar a curiosidade. E não matá-la. Um pouco de névoa pode tornar a fotografia mais interessante.
O pensamento dos fogos de artifício fora epifânico. Sim, arrepia, de tão certo que é. (agora lembrei da Célia olhando para uma árvore ao lado de uma velhinha). Ainda me vem à mente Carrie Bradshaw. E Betty a Feia.
Ainda, há aquilo de querer ser. Sim, de querer alcançar. Parece que havia esquecido dessa coisa toda que fazia parte da minha matéria-prima e que alguém me lembrou. Hey, você, olha onde quero estar. E você? Bom, se ao menos houvesse menos títulos-de-Sir-concedidos-pela-rainha-ó-toda-poderosa nesse mundo... Mas quer saber? Que se dane. Vou botar minha roupa de domingo e pintar o meu Almanaque de Férias.
O pensamento dos fogos de artifício fora epifânico. Sim, arrepia, de tão certo que é. (agora lembrei da Célia olhando para uma árvore ao lado de uma velhinha). Ainda me vem à mente Carrie Bradshaw. E Betty a Feia.
Ainda, há aquilo de querer ser. Sim, de querer alcançar. Parece que havia esquecido dessa coisa toda que fazia parte da minha matéria-prima e que alguém me lembrou. Hey, você, olha onde quero estar. E você? Bom, se ao menos houvesse menos títulos-de-Sir-concedidos-pela-rainha-ó-toda-poderosa nesse mundo... Mas quer saber? Que se dane. Vou botar minha roupa de domingo e pintar o meu Almanaque de Férias.
10.1.07
romance
Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
Antes de um mês eu já não sei
E até quem me vê, lendo jornal
Na fila do pão sabe que eu te encontrei
E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha tv num jeito de te levar
A qualquer lugar
Que você queira
E ir onde o vento for
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
Antes de um mês eu já não sei
E até quem me vê, lendo jornal
Na fila do pão sabe que eu te encontrei
E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha tv num jeito de te levar
A qualquer lugar
Que você queira
E ir onde o vento for
8.1.07
Como Olimpíadas, essa coisa piora.
Olho-me no espelho mas duvido do próprio reflexo.
Algo aqui dentro sai dos eixos e eu piro de vez.
E é uma tortura.
Daí dá vontade de largar tudo.
De fugir.
Mas eu sei onde está a paz.
Eu só não consigo abraçá-la de vez sem sentir algo me puxando pra trás.
Um retrocesso?
Por quê? Porquê meu Deus??
Devo tomar um remédio forte? Devo tomar um passe?
Devo perder tudo de novo?
O desespero que causa eu tento rebater. Ok. Passou. Mas daí a raiva por ter sido tão fraca dá vontade de parar de existir.
Porque viver não pode ser simples?
Não! Quero que seja simples!
Só agora!
Acho que devo perder tudo. Eu devo merecer.
Olhar tudo em tons pastéis e com medo é a pior sensação do mundo.
Daí vem outro dia e eu penso que não preciso. Na verdade, ao acordar eu me sinto eu mesma, até lembrar daquilo que construí.
Com certeza, há algo de errado.
Quero não pensar em nada, for God´s sake!
Eu sei o que quero. Não há nada de mistério das cousas.
Olho-me no espelho mas duvido do próprio reflexo.
Algo aqui dentro sai dos eixos e eu piro de vez.
E é uma tortura.
Daí dá vontade de largar tudo.
De fugir.
Mas eu sei onde está a paz.
Eu só não consigo abraçá-la de vez sem sentir algo me puxando pra trás.
Um retrocesso?
Por quê? Porquê meu Deus??
Devo tomar um remédio forte? Devo tomar um passe?
Devo perder tudo de novo?
O desespero que causa eu tento rebater. Ok. Passou. Mas daí a raiva por ter sido tão fraca dá vontade de parar de existir.
Porque viver não pode ser simples?
Não! Quero que seja simples!
Só agora!
Acho que devo perder tudo. Eu devo merecer.
Olhar tudo em tons pastéis e com medo é a pior sensação do mundo.
Daí vem outro dia e eu penso que não preciso. Na verdade, ao acordar eu me sinto eu mesma, até lembrar daquilo que construí.
Com certeza, há algo de errado.
Quero não pensar em nada, for God´s sake!
Eu sei o que quero. Não há nada de mistério das cousas.
5.1.07
2007 me olha com cara de criança peralta.
Muita coisa não é mais uma grande novidade e outras com certeza serão. É sempre assim, se você for parar pra ver.
O Ano Novo fez cócegas nos pés com as ondas da orla. E depois brincou comigo de flutuar. No mar, no ar.
Viver é simples como assistir desenho animado.
É simples como dançar numa roda de amigos.
Simples como palavras.
Simples.
.
Não penso em janeiro, nem em fevereiro ou em março.
Penso na próxima hora, no final de semana.
Em abraçar forte minha fonte de alegria.
O que quero em 2007?
Tudo isso. É, isso mesmo.
Muita coisa não é mais uma grande novidade e outras com certeza serão. É sempre assim, se você for parar pra ver.
O Ano Novo fez cócegas nos pés com as ondas da orla. E depois brincou comigo de flutuar. No mar, no ar.
Viver é simples como assistir desenho animado.
É simples como dançar numa roda de amigos.
Simples como palavras.
Simples.
.
Não penso em janeiro, nem em fevereiro ou em março.
Penso na próxima hora, no final de semana.
Em abraçar forte minha fonte de alegria.
O que quero em 2007?
Tudo isso. É, isso mesmo.
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