11.7.07

Eu já sabia há muito tempo que esse dia iria chegar. Sabia desde meu aniversário de doze anos. Mas mesmo assim, mesmo sabendo há tempos, foi difícil lidar com a quebra. Eu sei que é melhor assim, sei mesmo, mas no fundo há aquela garota com medo do escuro, que comia pizza de sexta, kilo no sábado e churrasco no domingo. Só de pensar que as coisas não serão mais como antes, que minha casa não será mais a mesma, que deixarei para trás vizinhos, cachorros, amigos e lembranças, eu fico de olhos marejados e coração partido.
Eu sou mais daqui do que de lá e meu irmão já não mais morava mais com a gente, no entanto era como se fosse tudo uma coisa só. Agora que ele ficará à um oceano de distância, minha noção de família vai se esfacelar. Bosta, eu sei que é o melhor pra todos, mas quando alguém que você conhece desde o dia que nasceu resolve não aparecer mais, poxa, é complicado.
Eu não sei, nunca fomos uma família muito unida, mas a sensação que nos mantinha juntos era forte. Agora, ela parece um fiozinho magro e incolor.
E eu aqui, longe de tudo, sinto como se precisasse dela e dele.

Fica aqui registrado.

E esta história entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra.

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