A experiência transcendental.
O calor. O calor que sinto devido à janela fechada.
A palpitação. A expectativa frente ao desconhecido.
Sonhos me puxam para trás. Mas a mente desperta quer seguir em frente.
Os sonhos vêm para me dizer: és fraca. Mas eles são apenas o resquício desesperado de inconsciência apegada à casa dos meus 10 anos, aos meus brinquedos, aos meus amigos infantes e às minhas frustações adormecidas.
Nada disso existe mais.
Mergulharam num buraco negro profundo. Sobraram apenas seus fantasmas ou sua energia transformada.
A liberdade que sinto. Posso fazer o que quiser. Posso ser quem eu quiser.
Posso sair daqui correndo em direção à esquina mais próxima, rasgar minha camisa e gritar: viva Lênin! viva as freiras! viva a irresponsabilidade! viva o algodão doce!
Posso pixar a minha fachada de cores amarelas e roxas.
Posso investir no mercado de ações da bolsa mexicana.
Posso dançar no meio da praça ao som de minhas canções inventadas, ao som da sinfonia dos carros.
Quero ficar um dia inteiro em puro silêncio. Quero fotografar o mar e as flores e as pessoas e os cachorros e a faria lima.
Quero gritar: seus putos!
Quero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário