Sobre sua vida, poucos sabiam. Alguns lembravam de seu rosto, mas a maioria já esquecera de seus traços. Era possível que passasse duas vezes num mesmo lugar sem notarem sua insignificância. Bem que podia ser uma estratégia, já que ela realmente não tinha a intenção de ser notada.
Nunca encarava ninguém. Nunca cumprimentava ninguém. Quase nunca falava.
Guardava para si todas as suas angústias e medos, que não eram poucos. Por isso, por sua explosão interior, adquirira um tique: ela apertava fortemente seus dedos contra a palma de sua mão, um soco tímido, não-realizado.
Um comentário:
"... sem notarem sua insignificância".
sensacional.
acho q todos temos momentos d insignificância. ainda q alguns persistam mais...
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