O Swan desliza as mãos pelo piano ao executar Rachmaninov porque eu pedi. É a história de um rapaz cataléptico que fora enterrado vivo. Funeral, despertar (desespero) e morte.
As notas e as mãos do Swan deslizando pelo teclado são foda. O Olé diz que seus amigos nunca sentariam em volta de um piano. Eu digo: os meus sim. Mas daí a pergunta epifânica - "quem são meus amigos?". Estes que estão em volta do piano.
Mais complicado do que perguntar quem são meus amigos é pensar em quem sou eu. Quem sou eu? Não, é mais complexo do que o perfil do Orkut. Quem sou eu? Qual minha essência? E o mais importante: Quem eu quero ser?
Pensei isso hoje depois de ontem filosofar sobre os conceitos mais profundos por oito horas seguidas. Claro, deixa sequelas. Às onze da noite tive o banho mais carregado de sentimentos dos últimos séculos. Me pus no espelho e perguntei: Quem é você? O que você quer?
O Waldenyr está falando agora. Nietzsche. Ele é foda. O Waldenyr, mais que o Nietzsche. A aula dele me faz refletir. Sobre a sociedade de massa, mas também sobre Deus. Sim, porque a Gabe aqui do meu lado me faz pensar pra caramba. Poxa, é bom isso. Pensar sobre Deus, sobre a vida. E aí vem à minha cabeça: Quem é você?
Epifania 2: Eu não gosto de mim mesma. Por motivos "x". É, não gosto. Sim, parece que eu gosto, mas por a+b eu não gosto. A auto crítica me persegue até os cantos mais remotos de mim mesma. Sim, a ignorância é a maior das bençãos.
Enquanto isso - enquanto o espelho repete a frase que me persegue - o Waldenyr continua a falar na minha frente, a Gabe diz "droga", o Swan desliza as mãos pelo piano, o cara sentado lá no fundo continua lá no fundo e é preciso dar o próximo passo.
Sim, a pergunta martela. Ainda. E a Gabe quer guardar o rascunho. Ótimo isso.
Ok. Back to Waldenyr.
PS: Após ler o rascunho, eu e a Gabe tivemos a conversa mais filosófica ever em uma aula de Teoria da Comunicação.
3 comentários:
Também adoro quando o Swan toca essa música.
aliás faz quase exatamente um ano que o Swan tocou essa música pra gente.
bom, é.
desculpa não ter vindo aqui antes.
é que era para eu dizer de novo, tudo aquilo que dissemos na aula do waldenyr? e que, depois, em todos os acontecimentos, eu não consegui manter a serenidade que tinha na aula, ou a racionalidade.
sinto falta de conversar contigo, já.
diz, aparece e tal. escrevo uma carta?
um beijo, tha.
Postar um comentário