30.6.07

quadrinho

Estava correndo quando de repente sentiu o chão se aproximar. Os braços escorregadios lançavam-se contra a rocha dura. Não sentiu os joelhos amortecendo a queda. Tudo que pôde fazer foi levantar-se e achar que estava bem.

Todos a olhavam com cara de espanto. Ela, aos prantos, esbravejava a puta que te pariu mas que porra foda-se tudo. Depois, calou-se. O calor que subia o pescoço inundava a alma e resultava em bochechas vermelhas. Estava confusa.

Chegara em casa cansada e querendo dormir. A outra dissera-lhe para fazer as coisas direito porque fazia tudo sempre menos. E ela contou da dor nas mãos, do rubror das bochechas, mas nada adiantou para que lhe fizesse mais feliz.

Em punho forçado, escrevera sua carta. A docente riu e deu-lhe um dois. Sonhara com cinco e meio e acordara com medo. Sua face antes leve e pueril adquiriu o peso da velhice. Estava cansada.

Subiu na balança e conferiu o peso. Estava maior que um labrador e menor do que um elefante. Pensou no chocolate e nas massas. Quis parar.

O menos quinhentos era a prova de que sua fome capitalista nunca a faria comunista. Queria jóias, roupas e calçados, no entanto teria farinha, café e banana. O Sol brilhava, o Sol é para todos.

Acordou do sono profundo em que as mãos tocaram violentamente o chão. Abraçou os lençóis e os amarrou na cintura. Transformou-o em chaveiro e agora ele está pendurado em sua calça. A vida era enfim uma coisa violenta.

11.6.07

O Juca é um garotinho safado que gosta de beber cerveja até cair.
O Juca tem 14 anos e neste me convidou para a sua festa.
O Juca disse que a Festeca não tem meio mas do meio me lembro e amo até o fim.
O Juca conta revelções que me deixam nervosa.
Mas aí o Juca passa a mão nos meus cabelos e me diz que vai ficar tudo bem.
O Juca deixa a gente tonto, cansado, suando e com fome.
O Juca deixa a gente louco, insano, cantando até a morte.
O Juca é azul clarinho da cor dos sonhos da minha barraca.

O Juca é nosso.

Chupa Mackenzie. (rs.)